O presidente da República, Michel Temer (PMDB), torrou R$ 100 milhões com a propaganda para convencer os brasileiros a aprovar a reforma da previdência. No entanto, o Governo não tem dinheiro para manter o pleno funcionamento das Polícias Federal e Rodoviária Federal. Em Mato Grosso do Sul, o contingenciamento de recursos praticamente abre a fronteira para o crime organizado, o tráfico de drogas e de armas.
Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo desta terça-feira, de janeiro até agora, o Governo federal investiu R$ 100,6 milhões em campanhas publicitárias para divulgar a Reforma da Previdência, que prevê, entre outros, a idade mínima de aposentadoria de 62 anos para mulheres e 65 anos para os homens e contribuição de 40 anos para ter direito ao salário integral.
Além das matérias ostensivas nos principais telejornais do país, a estratégia foi usar comunicadores populares para defender a necessidade de mudança na previdência, que teria déficit de R$ 149 bilhões.
Neste momento, o leitor tem conhecimento que o comentário feito por um apresentador, como Carlos Massa, o Ratinho, e Silvio Santos, ambos do SBT, não sai de graça. Cada palavra em defesa da impopular reforma custa horrores para os cofres públicos.
Desesperado, Temer abusou nos gastos com a campanha. Inicialmente, a previsão era desembolsar R$ 13 milhões. O montante total equivale a 55% dos R$ 180 milhões previstos com publicidade do Governo federal durante todo o ano.
O gasto desenfreado pelo atual presidente, o primeiro na história o país a ser denunciado por corrupção passiva ao Supremo Tribunal Federal, vai custar caro ao contribuinte brasileiro.
A Polícia Federal está com as operações de combate à corrupção comprometidas por causa da falta de recursos. A parte mais visível foi a suspensão da emissão de passaporte, comprometendo as viagens de quem sonhava em viajar ao exterior nas férias escolares de julho.
A PRF também está com as ações comprometidas. Desde segunda-feira, as unidades no Estado funcionam apenas seis horas por dia.
Apesar de manter o funcionamento dos postos, os policiais estão sem combustível para fazer ronda ao longo da rodovia.
Com o policiamento menos ostensivo, o crime organizado encontra o caminho pavimentado para a atuação no Brasil.
Em Mato Grosso do Sul, a ação também pode favorecer o PCC, que vem comandando a guerra sem fim na fronteira. A organização criminosa se sustenta do dinheiro proveniente do tráfico de drogas, que ganha “uma força” de Temer com a redução do policiamento ostensivo.
Reportagem do jornal El País de ontem revelava que a tendência é a crise chegar a outros órgãos públicos.
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deve fechar parte das agências distribuídas no País. Ou seja, o órgão já não dá conta da demanda, imagine como ficará com a redução ainda maior.
Enquanto o presidente é defendido pelos deputados federais Carlos Marun (PMDB), Elizeu Dionizio e Geraldo Resende, ambos do PSDB, na Câmara dos Deputados, a população sofre os efeitos da desastrada administração do presidente, cuja única finalidade na vida é manter o foro privilegiado a qualquer custo.