O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) colocou mais um como secretário especial nesta sexta-feira. É o segundo “secretário sem pasta” desde a reforma administrativa. Com a medida, a tão propalada economia para os cofres públicos começa a ser menor do que o propagado no início.
Há uma semana, o tucano fez megaevento para anunciar a reestruturação administrativa e a economia de R$ 134 milhões. Ele extinguiu três secretarias: Casa Civil, Habitação e Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
Dos três secretários, só o então poderoso Sérgio de Paula, que se envolveu em boato de suposto vídeo de cobrança de propina, caiu. Fernando Lamas se tornou superintendente da pasta do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Agricultura Familiar, onde terá salário inferior.
Maria do Carmo Avesani teve mais sorte ao manter o status – e o salário de R$ 24.376,89 – como presidente da Agehab (Agência Municipal de Habitação). Ela foi a primeira a ser beneficiada com o salário de “secretário especial”.
O segundo foi o coordenador do Processo de Licitação na Secretaria Estadual de Administração, Marcus Vinícius Rossettini de Andrade Costa. Ele foi exonerado desta função onde tinha vencimento de R$ 5.073,71, conforme o valor pago em fevereiro e disponibilizado no Portal da Transparência.
Agora, conforme o decreto do governador, Marcus Vinícius será secretário especial, o que representará aumento de 380% no salário, de R$ 5.073 para R$ 24.376. Agora, a Secretaria de Administração terá dois funcionários com status de secretaria, o atual titular, Carlos Alberto de Assis, e Marcus, que será superintendente de Gestão de Compras e Materiais.
Com isso, sem considerar os demais, o Estado volta a ter 12 secretários após a reforma que reduziu o número de pastas de 13 para 10.
No entanto, outros três têm salário e status de secretário: os presidentes do Detran, Gerson Claro, e da Agraer (Agência Estadual de Desenvolvimento Agrário), Enelvo Felini, e o assessor de assuntos legislativos, Felipe de Lima Ribeiro.
Na ponta do lápis, o Governo paga salário de secretário para 15 funcionários.
A prática de pagar salário de secretário para quem não ocupa o cargo não é novidade.
A mesma modalidade foi adotada pelo antecessor, André Puccinelli (PMDB), que contemplou vários ex-prefeitos com o salário de assessor especial. O peemedebista também deu o status de secretário especial para o presidente do Detran, que era Carlos Henrique dos Santos Pereira.