Exatamente uma semana após a medida ser divulgada nO Jacaré, pressionados, o juiz e a empresa terceirizada decidiram suspender o confisco dos telefones celulares dos faxineiros e copeiros durante o expediente no Fórum de Campo Grande. No sábado (25), os funcionários terceirizados foram comunicados que poderão portar o aparelho durante o serviço a partir de hoje (27).
A polêmica começou após a posse do novo diretor do Foro, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 8ª Vara Cível, ocorrida no dia 3 deste mês. Ele ficou irritado com a utilização do whatsapp e Facebook durante o expediente e proibiu o uso do celular durante o expediente.
A Absoluta passou a recolher no dia 16 deste mês os aparelhos, que eram confiscados no início do expediente e devolvidos no final. Os funcionários ficaram revoltados, mas foram ameaçados de demissão por justa causa se não entregassem os aparelhos.
A medida causou a revolta dos cerca de 60 funcionários, que se dividem em dois turnos (das 6h às 15h e das 12h às 21h). Algumas mães choraram porque temiam maior dificuldade em acompanhar os filhos na escola ou em casa.
Até servidores do Fórum de Campo Grande chegaram a duvidar da reportagem, divulgada pelo O Jacaré na segunda-feira (20), e abordavam os trabalhadores para saber se era verdade o confisco. Muitos se solidarizaram com os trabalhadores responsáveis pela limpeza e pelo café no prédio.
No sábado, a supervisora avisou os funcionários que a divulgação do fato na imprensa causou constrangimento ao magistrado e à empresa, cujo contrato termina no início de maio deste ano.
Por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, o juiz tinha negado que recomendou o recolhimento dos celulares. No entanto, O Jacaré apurou que ele chegou a ser procurado para dar explicações sobre a medida e ficou constrangido com a divulgação da história.
O ex-superintendente regional do Trabalho, o advogado Yves Drosghic, já tinha alertado que o telefone é pertence pessoal e não poderia ser recolhido. No entanto, o Fórum pode estabelecer regras e restringir o uso, porque o funcionário é pago para trabalhar e não perder tempo nas redes sociais e aplicativos.