Em decorrência da eleição, que definirá os novos dirigentes municipais e regional, o PT está, literalmente, a beira de um ataque de nervos. A divulgação do bloqueio do fundo partidário, que deixará o diretório regional sem dinheiro por nove meses, acirrou ainda mais a disputa. Os petistas não se unem nem na tragédia.
A Justiça Eleitoral determinou o bloqueio porque houve irregularidade no saque de R$ 1,3 milhão na boca do caixa em 2011 para pagar dívidas da campanha a governador de Zeca do PT em 2010. Além de ficar sem R$ 70 mil por mês, o PT ainda vai precisar devolver o dinheiro aos cofres públicos.
O ex-governador e deputado federal Zeca do PT divulgou para negar qualquer responsabilidade pelas falhas que levaram ao bloqueio. No seu entendimento, o diretório regional, na época, presidido por Marcus Garcia, aliado do então senador Delcídio do Amaral, foi o culpado pela falha.
“Se os procedimentos adotados pelo Diretório Estadual do PT não foram reconhecidos pela Justiça Eleitoral, caberia ao Diretório Estadual a responsabilidade de resolver e regularizar as pendências, não cabendo portanto, aos candidatos daquele pleito, qualquer responsabilidade sobre pendências eleitorais”, destacou o parlamentar.
A resposta ao ataque do ex-governador foi imediata. Indicada por Zeca para comandar as finanças do PT na época, Kelly Cristina da Costa também divulgou nota para detalhar como ocorreu a operação condenada pela Justiça Eleitoral.
Kelly diz que a campanha de Zeca fez “assunção de dívida com o PT”. Esta medida permitiu que o diretório regional buscasse recursos para quitar os débitos. No entanto, conforme nota à imprensa, um dos responsáveis pelas finanças da campanha do ex-governador fez o saque na boca o caixa e pegou o dinheiro, apesar da legislação prever que o pagamento deveria ser feito por depósito em conta ou via cheque do partido. Outro erro teria sido a apresentação de recibos não oficiais.
Atual secretária de Finanças do PT, Kelly passou a apoiar a recondução do ex-deputado federal Antonio Carlos Biffi, que assumiu após a renúncia do então prefeito de Corumbá, Paulo Duarte.
Zeca ainda não definiu o candidato, mas colocou como meta tirar o atual presidente do comando da sigla. Ele deve apoiar o nome a ser indicado pelo seu grupo, mas que ainda não foi definido.
Neste fim de semana, o PT define os presidentes dos diretórios municipais em voto direto. Dos 40 mil filiados, espera-se a participação de 10 mil. Zeca negociou a retirada da candidatura de Ananias Costa dos Santos para apoiar o ex-secretário estadual do Trabalho, Agamenon do Prado.
Já Biffi trabalha pela eleição de Maria Rosana, outra petista histórica. A disputa será domingo, das 9h às 17h, na Câmara Municipal de Campo Grande.