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    JORNALISMO INVESTIGATIVO

    Deputada dá calote de R$ 4,5 mi e guerra judicial revela uso da mãe para fazer negócio com a JBS

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt27/06/20175 Mins Read
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    Deputada e JBS travam batalha na Justiça sobre financiamento feito para instalar confinamento em Terenos

    A deputada federal Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (PSB) deu calote de R$ 4,5 milhões na J & F Investimento, dos irmãos Joesley e Wesley Mendonça Batista. A guerra judicial travada entre a parlamentar e a JBS, que revelou um dos maiores esquemas de corrupção no País, mostra que ela fechou negócio com o grupo quando comandava a Secretaria Estadual de Produção e usou a mãe para garantir o faturamento de aproximadamente R$ 1 milhão por ano.

    A transação nebulosa foi parar nos tribunais de Campo Grande e o envolve o confinamento montado na Fazenda Santa Eliza, em Terenos, a 23 quilômetros da Capital.

    Tereza Cristina tinha uma relação cordial com os irmãos Batista e até recebeu ajuda do grupo para a campanha vitoriosa na primeira vez em que disputou um cargo eletivo. A JBS doou R$ 103 mil. No entanto, pelo teor da ação judicial, não chamem para a mesma roda de tereré a deputada e Joesley Batista.

    A empresa executa na Justiça a cobrança de duas CPRs (Cédulas de Produto Rural Financeira), obtidas em 16 de setembro e 10 de dezembro de 2009, respectivamente, nos valores de R$ 896 mil e R$ 170 mil. O financiamento foi liberado no nome da mãe da então secretária, Maria Manoelita Alves de Lima Corrêa.

    Deputada posa para foto em reportagem sobre confinamento em sua fazenda (Foto: Rural Center)

    O pagamento deveria ser feito em fevereiro de 2010 e a garantia era 1.216 bois de 36 meses e a Fazenda Santa Eliza, com 1.069 hectares. Todo o negócio foi feito pela deputada, que tinha procuração da mãe para fazer os negócios. Agora, a J & F cobra R$ 2,647 milhões, que inclui correção monetária e multa.

    Em dezembro de 2010, mais dois financiamentos, que somaram R$ 852,9 mil, também com a garantia de 600 bois, e o pagamento previsto em 27 de maio de 2011. A JBS cobra na Justiça o pagamento de R$ 1,873 milhão.

    Para contestar a dívida, a defesa da deputada revela os bastidores do negócio feito por Tereza Cristina e os irmãos Batista.

    Ocupando o cargo de secretária estadual de Produção, a pasta responsável pela concessão dos polêmicos incentivos fiscais concedidos aos frigoríficos e a fábrica de celulose do grupo (Eldorado), ela negociou diretamente com Joesley a cessão da fazenda da família para o confinamento de 12 mil bois por ano.

    Conforme os advogados da deputada, a Fazenda Santa Eliza, em nome de Maria Manoelita, foi “verdadeiro achado para os objetivos empresariais do senhor Joesley Mendonça Batista”. Ele decidiu assumir o frigorífico de Terenos e retomar o abate. Como secretária, Tereza Cristina viabilizou a reativação do abatedouro e ainda lucrou com a medida.

    Pelo negócio, conforme o contrato anexado ao processo judicial, a JBS pagaria R$ 612 mil por ano pelo arrendamento para confinar 12 mil bovinos. Outros R$ 306 mil seriam pagos pela manutenção da propriedade. Ou seja, o negócio garantia um lucro liquido de R$ 918 mil por ano para a pecuarista.

    No entanto, o acordo teve revés ainda no segundo semestre de 2010. Wesley Batista retornou dos Estados Unidos e suspendeu o contrato, mantendo a negociação em stand by até 2012, quando a JBS decidiu fechar o arrendamento da Fazenda Santa Eliza.

    Enquanto fechava acordo com a multinacional da carne, a deputada perdeu sua mãe. Maria Manoelita morreu em 27 de outubro de 2010.

    De acordo com a defesa, Tereza Cristina não deu calote, mas foi vítima da ganância dos irmãos Batista. O financiamento, que se tornou a dívida impagável de R$ 2,6 milhões, era um investimento disfarçado.

    A JBS recorreu a CPR para liberar o dinheiro para a pecuarista Tereza Cristina aplicar na aquisição de gado, de insumos, de rações e de tudo que fosse necessário para iniciar o confinamento dos 12 mil bovinos.

    Como o confinamento teve atraso de dois anos, Tereza Cristina fez acerto verbal com Joesley para descontar dos bois confinados. Os advogados citam que de cada R$ 0,30 a serem pagos por boi, a empresa abateria R$ 0,10 para quitar a dívida. No entanto, mais uma vez, o empresário não cumpriu a palavra e teria surpreendido a parlamentar com a ação de cobrança na Justiça.

    A defesa de Tereza Cristina diz que houve “abuso de confiança e falta de boa fé por parte da JBS”.  Eles alegam ainda que a dívida não pode ser paga porque a deputada não tinha procuração da mãe para fazer o financiamento e não havia assinatura de Manoelita no documento.

    A JBS rebateu a acusação. Destaca que a deputada tinha procuração da mãe para fazer todas as transações necessárias e que a correção da dívida estava em contrato.

    Cita o fato ainda de que Tereza Cristina como secretária de Produção, cargo que ocupou praticamente durante toda a gestão de André Puccinelli (PMDB), de 2006 a abril de 2014, tinha conhecimento das relações de mercado, das regras de financiamento e das consequências do negócio que assumiu.

    O mais estranho é que os advogados da deputada revelam que ela negociou diretamente com Joesley Batista a ativação do frigorífico e o arrendamento da fazenda para o confinamento.

    Caio Dias e a deputada: os dois são alvos da ação de cobrança da controladora da JBS (Foto: Coluna Fernando Soares)

    Conforme a delação premiada da JBS, homologada pelo Supremo Tribunal Federal, a empresa pagou propina para os governadores de Mato Grosso do Sul para obter os incentivos fiscais. Puccinelli, chefe de Tereza, cobrou mais e recebeu R$ 112 milhões.

    Ele não citou o envolvimento da secretária no esquema. Aliás, Joesley, Wesley e Ricardo Saud citaram ainda Zeca do PT e o atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que teria recebido R$ 38,4 milhões em propina.

    A guerra judicial entre a empresa e a deputada continua, porque não houve acordo na audiência de conciliação no início deste ano.

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