Fatos atípicos, incertezas, fiascos e “onda” pró Bolsonaro marcam a disputa pelo Senado em Mato Grosso do Sul, a mais surpreendente em 40 anos. De quatro pesquisas, duas apontam empate técnico na liderança. O alto número indecisos vai exigir coração forte dos candidatos na abertura das urnas, porque a maior parte decidirá só na hora de votar.
Conforme o Datamax/Midiamax e Ipems/Correio do Estado, o ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB) e ex-governador Zeca do PT estão empatados tecnicamente em primeiro. No primeiro, o petebista lidera com 25,5%, contra 23,3% do petista. Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou menos, Zeca pode estar com 25,3% e Nelsinho com 23,3%.
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O mesmo cenário se repete no Ipems, com o ex-prefeito com 29,25%, contra 24,62% do deputado federal. Como a margem de erro é de 2,8%, o petista pode estar com 27,42%, contra 26,45% do petebista.
As pesquisas apontam que Delcídio do Amaral (PTC) teve jogada de mestre ao se inscrever no limite do prazo. Se por um lado, ele teve pouco tempo de campanha, por outro garantiu a inclusão de seu nome na urna eletrônico. Oscilando entre 10% e 19,08% nas pesquisas, ele ameaça atropelar o senador Waldemir Moka (MDB), que tenta a reeleição e está entre 15% e 23,41%.
Outra ameaça é a advogada Soraya Thronicke (PSL), que só pontuou um dígito durante toda a campanha e encostou no primeiro pelotão na reta de chegada. Embalada pela onda favorável a Jair Bolsonaro (PSL) no Estado, ela aparece entre 8% (Ibope) e 15,56% (Ipems).
Sem tempo de televisão, estrutura milionária e apenas usando as redes sociais, a líder dos movimentos de rua em 2016 pode surpreender ao superar candidatos antigos e com melhor estrutura.
A promessa de fiasco da campanha pode ir para o candidato a senador Marcelo Miglioli (PSDB), ex-secretário estadual de Infraestrutura. Além da campanha com a maior estrutura e apoio, ele não consegue decolar nas pesquisas, não cresce nem dentro da famosa margem de erro.
Das quatro pesquisas divugadas, Miglioli aparece em 6º em três, pontuando entre 7% (Ibope) e 17,91% (Ranking, única que o coloca em 5º). O curioso nesta história de povo indignado com a corrupção. Marcelo é o único sem denúncias de corrupção na chapa majoritária tucana que não emplacou.
O procurador Sérgio Harfouche (PSC) perdeu o encanto ao aceitar compor com o MDB, cujo presidente regional está preso acusado de corrupção e causar prejuízos de mais de R$ 500 milhões aos cofres públicos. Ele aparece entre 7% e 10,28% nas pesquisas.
O alto número de indecisos, que chega a ser superior aos líderes, deixa a disputa totalmente em aberto.
Só a contagem do último voto deve definir os sucessores de Moka, que pode ser reeleito, e Pedro Chaves (PRB), que desistiu de disputar ao não deslanchar nas pesquisas.
Eleições 2018 – Senado MS |
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Datamax | Ipems | Ranking | Ibope* | |
Nelsinho Trad (PTB) | 25,50% | 29,25% | 35,75% | 25% |
Zeca do PT | 23,30% | 25,62% | 20,75% | 19% |
Waldemir Moka | 18,10% | 18,10% | 23,41% | 15% |
Delcídio do Amaral | 14,50% | 17% | 19,08% | 10% |
Soraya Thronicke | 10,20% | 15,56% | 15,08% | 8% |
Marcelo Miglioli | 11,70% | 10,66% | 17,91% | 7% |
Sérgio Harfouche | 8,70% | 10,28% | 7,16% | 7% |
Gilmar da Cruz | 1,90% | 3,17% | 4,16% | 2% |
Mário Foseca | 0,80% | 1,53% | 2,58% | 2% |
Thiago Freitas | 1% | 1,90% | 1,75% | 2% |
Anisio Guató | 1,10% | 0,74% | 2,16% | 1% |
Beto Figueiró | 1,90% | 0,94% | 2,75% | 2% |
Dorival Betini | 0,70% | 1,45% | 6,00% | 1% |
(*) votos válidos |
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