O JacaréO Jacaré
    Facebook Instagram Twitter
    O Jacaré O Jacaré
    • Início
    • Últimas Notícias
    • Sobre o que falamos
    • Nosso Livro
    • Converse com a gente
    Home»MS»Com tanto tempo para agir, MS ainda tem profissional de saúde sem álcool para limpar as mãos
    MS

    Com tanto tempo para agir, MS ainda tem profissional de saúde sem álcool para limpar as mãos

    jacareBy jacare29/04/20207 Mins Read
    Facebook Twitter WhatsApp Telegram Email LinkedIn Tumblr
    WhatsApp Facebook Twitter Telegram LinkedIn Email
    Médico alemão participa de campanha onde mostra que ficar sem EPI é o mesmo que estar nu (Foto: Arquivo)


    Mato Grosso do Sul ignora o tempo ainda hábil para evitar a disseminação do SARS-Cov-2, o coronavírus causador da covid-19, ao deixar de instituir um plano emergencial com previsão de longo prazo para incentivo à indústria, manutenção de empregos e proteção aos trabalhadores da saúde. Vamos começar pelo último ponto. Ainda que desinfetar as mãos seja protocolo mínimo de segurança sanitária, como preconiza, a Organização Mundial de Saúde (OMS), 3.215 denúncias reportadas à Associação Médica Brasileira (AMB) até a manhã do dia 27 de abril demonstram o quão distante este ato está dos profissionais de saúde brasileiros. Do universo de queixas levadas à entidade, 49 correspondem às condições oferecidas em hospitais públicos, particulares, clínicas e postos de saúde operantes em cinco municípios sul-mato-grossenses.

    [adrotate group=”3″]

    Na prática, as queixas traduzem que os profissionais de saúde de Campo Grande, Bandeirantes, Dourados, Naviraí e Rio Negro entram em campo totalmente desprotegidos. Não têm máscara tipo N95 ou PFF2, nem mesmo óculos ou face shield, luvas, gorros e capote impermeável.

    Veja mais:

    MS tem mais duas mortes da Covid-19; caminhoneiro é o 1º com menos de 60 anos

    Com poucos casos e leitos de sobra, MS vira “ilha segura” na pandemia. Mas ainda há perigo?

    Casos de Covid-19 dobram em sete dias e morador de MS age como se não tivesse medo da pandemia

    Com cinco internados na UTI, Campo Grande abandona a quarentena e ignora a Covid-19

    Impressiona ainda que 59,2% dos denunciantes estejam preocupados por não conseguirem ao menos limpar as mãos de maneira adequada, porque falta álcool em gel nos estabelecimentos de saúde. A carência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é, contudo, algo democrático em tempos de covid-19.

    É fato que a pandemia desafiou o sistema de concentração da produção para facilitar as compras em escala a partir da China e a oferta de EPIs não está equacionada para a maioria dos países. De frente com a doença, há todo tipo de reação de profissionais de saúde. A última foi de médicos alemães que fizeram um ensaio fotográfico sem roupa como forma de demonstrar pela nudez o quanto se sentem vulneráveis diante do coronavírus.

    O protesto não é bem humorado, mesmo os alemães estão implorando pelo fornecimento de EPIs e temem destino semelhante de 108 colegas ingleses e outros 151 italianos mortos após contaminação por coronavírus quando atuavam contra a covid-19.

    No Brasil, a quantidade de denúncias levadas a entidades de classe evidencia o temor dos profissionais de saúde diante da garantia de trabalho e da própria segurança, mas também é uma oportunidade de refletir sobre a disseminação do coronavírus por quem está em contato direto e inevitável com doentes. Afinal, o que sente alguém obrigado a entregar seja um familiar ou um amigo aos cuidados de um profissional sem o devido paramento na briga contra um agente patológico de elevada transmissão e rápida ação? Certamente não é tranquilidade ou não deveria ser. Entre os dias 23 e 27 de abril, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) reportou seis mortes de médicos em decorrência das complicações causadas pela covid-19 e o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) denunciou a existência de 4.602 profissionais afastados após contaminação pelo SARS-Cov-2.

    A fatalidade europeia e, agora, brasileira deveria ser impulso para preservar a segurança dos profissionais em Mato Grosso do Sul e não pode ser encarada como notícia distante. Na velha e certa máxima de aprender com o outro, o Estado está ignorando os sinais.

    Uma análise rápida às compras do governo deixa saltar uma série de questionamentos e aqui vamos tratar de três. Primeiro: para todos os 77 municípios foram distribuídos 11.770 litros de álcool em gel – dados discriminados no portal da transparência. Oito queixas sobre a falta do produto foram enviadas por profissionais do Hospital Regional Rosa Pedrossian, a unidade referência para o tratamento da covid-19 em Campo Grande. Em contraste com as denúncias levadas à AMB, o produto é insuficiente ou é mal distribuído?

    Campanha na Europa: médico sem proteção é como se trabalhasse nu diante da pandemia do coronavírus (Foto: Arquivo)

    Segundo: qual será a maneira de gerir o uso de máscaras por 48 municípios periféricos que receberam a oferta de 50 unidades cada? O suprimento é suficiente para quatro plantões de 12 horas, ao levar em conta a substituição necessária a cada duas horas do equipamento como preconiza a OMS.

    Terceiro: A SES direciona a maior parte dos EPIs para o Hospital Regional, mas conta que não haverá contaminações gerenciadas nas demais unidades. Não há plano de prevenção à contaminação dos profissionais dos demais hospitais?

    Há, certamente, uma infinidade de justificativas estatísticas para a distribuição de equipamentos em análise ao percurso evolutivo da distribuição do coronavírus em Mato Grosso do Sul. Não há como perceber, contudo, no obtuso planejamento, a prevenção em um quadro de privilégio em relação demais aos estados brasileiros, com o sistema de saúde estrangulados pela pandemia.

    Está claro pelo cenário mundial que a oferta unilateral de EPIs ainda vai gerar disputas e restrições de acesso. Por isso, é urgente a criação de programas de produção local de EPIs como forma de garantir a segurança dos trabalhadores, e também a geração de emprego e renda. Experiências como a produção a partir de internos do sistema penitenciário se revelam insuficientes e a prova está na distribuição de aventais, não indicada para sete hospitais do Estado listados pela SES.

    Quando um equipamento cuja complexidade tecnológica é mínima, a oferta do próprio álcool em gel ou líquido também será comprometida e não vai continuar indefinidamente. Empresas mudaram a produção e fizeram doações, mas também esperam o sinal do governo para necessárias e longas parcerias. E elas são possíveis, como demonstrou o governo de Portugal, que está incentivando a indústria têxtil a costurar máscaras e roupas de proteção para abastecer hospitais, unidades de saúde e asilos. No início de abril, 200 empresas concordaram em reorientar a linha de produção para itens de baixo custo, como máscaras, aventais e capotes certificados, antes comprados com exclusividade da China. Somente a produção de máscaras bate a marca de um milhão de unidades por semana.

    Iniciativa semelhante foi adotada pela Alemanha, que continua a comprar dos parceiros chineses, mas abriu uma linha de crédito para que empresas locais produzam EPIs. Quatro contratos foram fechados para o fornecimento de máscaras respiratórias, cirúrgicas e capotes. A indústria automobilística alemã também está disposta a adaptar as linhas de montagem para a produção de ventiladores mecânicos, outro gargalo sanitário revelado pela covid-19.

    Esses são apenas dois exemplos de gestão que indicam a possibilidade de reduzir a dependência de insumos ofertados por um único fornecedor. Mato Grosso do Sul tem reconhecida e estabelecida indústria têxtil, mais valia que não deveria ser desprezada em momento econômico e sanitário tão sensível. E não seria preciso lembrar da capacidade do setor sucroalcooleiro, já parceiro nesta crise. Capitalizar os setores industriais, garantir a proteção de profissionais da saúde e, em consequência da população, é possível, mas é preciso vontade e uma pitada de espírito crítico. Afinal, vantagens são como favas, em algum momento não restará o que contar.

    Médicos fizeram protestos já que a falta de EPI não é um problema apenas em MS (Foto: Arquivo)

    covid-19 hrms rosa pedrossian pandemia coronavírus profissionais de saúde sem equipamentos de proteção individual

    POSTS RELACIONADOS

    InfoGripe indica aumento de síndromes respiratórias por covid-19

    BR 26/09/20242 Mins Read

    Sete países testam vacina contra o câncer de pulmão

    Opinião 25/08/20244 Mins Read

    Mulher culpa Bolsonaro pela morte do marido por covid, mas juiz nega indenização de R$ 500 mil

    MS 16/06/20248 Mins Read

    Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

    BR 14/04/20245 Mins Read

    Leave A Reply

    Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

    As Últimas

    Maioria do STF vota a favor da responsabilização das redes sociais

    BR 11/06/20253 Mins Read

    Desembargador nega HC e Claudinho Serra vai continuar preso por desvios em Sidrolândia

    MS 11/06/20252 Mins Read

    Na era da IA, qualidade não chega com 5G e falhas na telefonia e caladão castigam MS

    MS 11/06/20253 Mins Read

    TCU aprova com ressalvas contas do governo Lula de 2024

    BR 11/06/20253 Mins Read

    A verdade que você não lê por aí!

    Siga nossas redes:

    Facebook Twitter Instagram
    O Jacaré
    • Início
    • Últimas Notícias
    • Sobre o que falamos
    • Nosso Livro
    • Converse com a gente
    Categorias
    • AGRO
    • BR
    • Campo Grande
    • charge
    • JORNALISMO INVESTIGATIVO
    • Livro
    • MS
    • Mundo
    • Opinião
    • Seu Bolso
    © 2025 Todos os direitos reservados.

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.