Os candidatos “queridinhos” da cúpula estadual do PSDB, que receberam mais recursos, fracassaram na disputa das prefeituras no interior e por uma vaga de vereador em Campo Grande. Na disputa pela Câmara, candidata recebeu R$ 70 mil, mas fez apenas 640 votos. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral, o diretório regional repassou R$ 4,950 milhões aos candidatos em Mato Grosso do Sul.
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A maior aposta tucana foi a candidatura do ex-secretário estadual de Administração e Desburocratização e ex-presidente do Detran, Roberto Hashioka (PSDB). Ele recebeu R$ 240 mil do diretório estadual, que representou mais da metade dos R$ 414 mil arrecadados. Ele foi derrotado pelo atual prefeito de Nova Andradina, Gilberto Garcia (PL), que gastou apenas R$ 148 mil. O placar foi de 47,7% a 39,57%.
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Outro favorito da cúpula foi o ex-deputado estadual e ex-presidente da Agraer, Enelvo Felini (PSDB), que teve ajuda de R$ 200 mil para disputar a prefeitura de Sidrolândia. Apesar de ter gasto R$ 325,9 mil no total, ele perdeu para o ex-prefeito Daltro Fiúza (MDB), que desembolsou somente R$ 77,9 mil. O tucano ainda pode virar prefeito, apesar de ter perdido de 10.646 a 9.057 porque o emedebista teve a candidatura indeferida pela Justiça eleitoral.
Os tucanos só tiveram sorte no financiamento dos prefeitos de Corumbá, Marcelo Iunes, e de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro, que foram reeleitos. O primeiro teve repasse de R$ 153,1 mil, enquanto o segundo recebeu R$ 150 mil. Alvo de duas operações de combate à corrupção da Polícia Federal na reta final da campanha, Iunes obteve 42,65% dos votos, enquanto Guerreiro sagrou-se vitorioso com 63,92%.
O PSDB repassou R$ 213,3 mil para Dinalvinha Viana, candidata a prefeita de Rio Verde do Mato Grosso. No entanto, apesar do empenho tucano e com receita total de R$ 243,3 mil, a tucana perdeu para Zé de Oliveira (MDB), por 64,76% a 35,24%.
O empenho tucano foi frustrado também em Brasilândia. Mesmo com repasse de R$ 147 mil do partido, sendo R$ 130 mil do diretório regional, Drª Lea (PSDB) perdeu para Dr. Antônio (MDB), por 64,61% a 31,17%. O emedebista gastou menos da metade da tucana, R$ 58 mil, conforme a Justiça Eleitoral.
Os maiores repasses pelo PSDB estadual aos candidatos a prefeito
| Candidato | Cargo | cidade | Valor | Resultado |
| Roberto Hashioka | Prefeito | Nova Andradina | 240 mil | perdeu |
| Enelvo Felini | prefeito | Sidrolândia | 200 mil | perdeu |
| Marcelo Iunes | prefeito | Corumbá | 153,1 mil | ganhou |
| Ângelo Guerreiro | prefeito | Três Lagoas | 150 mil | ganhou |
| Dinalvinha Viana | prefeita | Rio Verde | 140 mil | perdeu |
| Drª Lea | prefeita | Brasilândia | 130 mil | perdeu |
| Patrícia Nunes | prefeita | Iguatemi | 125 mil | perdeu |
| Marcela Ribeiro | prefeita | Corguinho | 120 mil | ganhou |
| Marcos Calderan | prefeito | Maracaju | 100 mil | ganhou |
| Edson Moraes | prefeito | Miranda | 100 mil | ganhou |
Patrícia Nunes recebeu R$ 125 mil do PSDB estadual para disputar a prefeitura de Iguatemi, mas perdeu para Dr. Lídio (Progressistas), eleito com 57,13%. O partido teve mais sorte com Marcela Ribeiro, em Corguinho (R$ 120 mil), Marcos Calderan, em Maracaju (R$ 100 mil) e Edson Moraes, em Miranda (R$ 100 mil).
Já em Campo Grande, os sete candidatos a vereador com maior recurso do diretório regional fracassaram nas urnas. Mesmo com o reforço da campanha do presidente regional, Sérgio de Paula, e do secretário estadual de Governo, Eduardo Riedel, o ex-assessor Claudinho Serra não conseguiu ser eleito vereador ao conseguir 3.616 votos.. Ele teve ajuda de R$ 100 mil, que representou 70% dos R$ 142 mil declarados pelo candidato.
O Professor Juari (PSDB) foi eleito sem receber ajuda direta do partido. Com receita de R$ 108,5 mil, ele obteve 4.199 votos e fará companhia para João César Mattogrosso (PSDB), que teve ajuda de R$ 20 mil, e Professor João Rocha, que não recebeu nenhum tostão, mas foram reeleitos.
Candidata pela enésima vez, a policial Maria Campos recebeu R$ 70 mil da direção estadual do PSDB, mas conseguiu apenas 640 votos. Ela não teve ajuda de custo de outra fonte. A Enfermeira Cida Amaral não foi reeleita, apesar de ter recebido o 3º maior valor entre os candidatos do partido na Capital (R$ 50 mil). Ela ainda teve ajuda de R$ 100 mil do empresário João Roberto Baird, réu por desvios de recursos públicos na Operação Lama Asfáltica. A tucana obteve apenas 1.281 votos.
Giancarla Sandim teve ajuda de R$ 45 mil do diretório regional do PSDB, que representou 86% dos R$ 52,2 mil arrecadados nesta campanha. Ele teve 1.227 votos. O João da Borracha (PSDB) recebeu R$ 30 mil, mas fez apenas 101 votos. Ou seja, ele gastou R$ 297 por cada voto.
Karla Melo, que se apresentou como Karla + Carlos + CG + forte e justa, obteve 386 votos, mas teve repasse de R$ 55 mil para fazer campanha a vereadora na Capital, sendo R$ 30 mil a executiva estadual e R$ 25 mil da nacional.
Os candidatos mais beneficiados na Capital
| Candidato a vereador | valor | votos | 0 |
| Claudinho Serra | 100 mil | 3.616 | não eleito |
| Policial Maria Campos | 70 mil | 640 | não eleita |
| Enf. Cida Amaral | 50 mil | 1.281 | não reeleita |
| Giancarlo Sandim | 45 mil | 1.227 | não eleito |
| Selmo Cassimiro | 35 mil | 597 | não eleito |
| João da Borracha | 30 mil | 101 | não eleito |
| Karla+ Carlos | 30 mil | 386 | não eleita |
No entanto, o PSDB manteve a hegemonia nas eleições deste ano ao conquistar 37 das 79 prefeituras do Estado. O segundo lugar ficou com o DEM, com 14 cidades, enquanto o PSD ficou com 4.
Com mais dinheiro do fundo eleitoral, o PT e PSL não elegeram nenhum prefeito nas eleições deste ano no Estado.