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    Opinião

    Brasil deveria se espelhar na Coreia para ser muito mais do que “agro é pop”, diz economista

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt02/05/20216 Mins Read
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    No artigo “Coreia: do arroz ao protagonismo tecnológico. E o Brasil?”, o economista Albertino Ribeiro, critica a política de destruição da indústria brasileira, enquanto se comemora o sucesso do agronegócio. A participação do segundo setor no PIB brasileiro despencou de 24% em 1956 para 11,3% hoje.

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    Ao longo dos governos, desde a redemocratização, o País continua festejando o sucesso do campo, mas sem buscar esforços para reverter a desindustrialização. Para Ribeiro, é urgente se espelhar no exemplo coreano para dar a volta por cima.

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    “A Coreia do Sul na década de 60 era um país pobre e agrícola; estava fadada a ser, assim como Brasil, um país exportador de commodities. Contudo, o tigre asiático não aceitou o seu destino e resolveu ‘nadar contra a maré’ da teoria anglo-saxônica”, pontua.

    “Vamos buscar a serenidade coreana e construir uma síntese, pois o Brasil tem trabalhadores qualificados – a exemplo da CEITEC- para fabricar nossa revolução hi-tech. Ademais, muitos desses profissionais qualificados estão indo embora para trabalhar nos países onde a indústria também é pop”, conclui.

    Veja o artigo na íntegra:

    Coreia: do arroz ao protagonismo tecnológico. E o Brasil?

    (*) Albertino Ribeiro

    “ O agro é pop”. Essa é frase que ouvimos todos os dias no veículo dominante da mídia brasileira. Nada contra o agronegócio, mas o domínio da propaganda do setor primário na televisão não é um bom sintoma.

    Em pleno século 21, a popularidade do agronegócio indica que a espinha dorsal da economia de qualquer país se encontra frágil e porosa. Isso mesmo, leitor: a indústria. Não existe país desenvolvido sem que a indústria tenha nele um papel proeminente.

    Hoje, a indústria brasileira possui apenas 11,3% de participação no PIB (dados de 2019), retrocedemos há mais de 60 anos. Para termos uma ideia, em 1956, quando Juscelino Kubitschek tornou-se presidente, a participação da indústria no PIB era de 24,1%, e o Brasil, naquela época, era considerado um país ainda agrário.

    Foi preciso o médico mineiro diagnosticar nossa doença crônica para fazer a economia avançar “50 anos em 5” (coisa de mineiro brincar com as distâncias, né?). Chegou perto, mas agora a nossa indústria, que não é pop, está andando de “marcha a ré”.

    O mergulho no retrocesso começou na metade dos anos 90. A política de sobrevalorização cambial, juros estratosféricos e a falta de estratégia na liberalização comercial deixou o setor vulnerável. Apesar dos protestos de vários setores da indústria, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, fez ouvido de mercador. Inclusive, é do ministro a frase “a melhor política industrial é não ter política industrial”. Dito de outro modo, a indústria nacional não era importante.

    O Brasil foi um dos poucos países que adotou, sem critérios, a cartilha do consenso de Washington. A orientação era tirar o estado da economia indiscriminadamente, afetando a política industrial protagonismo inerente ao estado de qualquer nação desenvolvida.

    O pressuposto, guisa da política econômica brasileira, tem suas raízes teóricas nas vantagens comparativas. Esta postula que o país tem que se especializar naquilo para o qual possui vantagens em relação aos outros países. Dito de outro modo, se é mais vantajoso produzir soja no lugar de semicondutores, o plantio de soja deve ser incentivado.

    Por falar em semicondutores, Paulo Guedes, nosso fundamentalista neoliberal, está destruindo o sonho de termos uma forte indústria atuante no setor de chips. Refiro-me a CEITEC, uma estatal com trabalhadores altamente qualificados. O motivo é meramente ideológico e sua base teórica são as vantagens comparativas e o consenso de Washington, é claro.

    O que o tigre coreano fez?

    A Coreia do Sul na década de 60 era um país pobre e agrícola; estava fadada a ser, assim como Brasil, um país exportador de commodities. Contudo, o tigre asiático não aceitou o seu destino e resolveu “nadar contra a maré” da teoria anglo-saxônica.

    O primeiro passo foi a construção da POSCO, uma usina siderúrgica que hoje está entre as 6 maiores do mundo. Mas o caminho não foi fácil; para concretizar o sonho da industrialização, o estado coreano solicitou um empréstimo ao Banco Mundial que negou sob a alegação de ser fora de propósito a construção de uma siderúrgica, pois nem ao menos minério de ferro a península possuía. Segundo a instituição, a Coreia deveria dedicar-se a produção de arroz, atividade onde possuía vantagem comparativa.

    Ajudada pelo Japão, a Coreia – que já foi chamada pelo escritor  Eça de Queiroz de reino da serenidade matutina – conseguiu finalmente construir sua indústria de base. Aplicando uma política industrial inteligente, fomentou um efeito encadeador em vários setores produtivos da sua economia.

    Hoje o país produz de navios a produtos eletrônicos de alta complexidade. Talvez você esteja lendo este texto com um Samsung na mão ou tenha acabado de estacionar, ou simplesmente olhar, um Kia zero quilômetro.

    Contudo, o país não abandonou por completo a sua vocação agrícola. O tigre asiático ocupa a 15ª posição mundial na produção arrozeira; algo que vai ao encontro do simbolismo de sua bandeira cujo formato interno do círculo faz alusão aos opostos complementares (Yin e Yang), o que inspira uma ideia de equilíbrio.

    Os dizeres do nosso pendão, embora não seja idêntico ao coreano, também alude ao equilíbrio; ele prega a busca da ordem sem abrir mão do progresso. Não obstante, podemos ver em nosso legislativo uma expressão do desequilíbrio, pois a chamada bancada BBB (bala, boi e bíblia) – cujo DNA de seus representantes traz consigo o código do conservadorismo – possui a maior influência.

    (*) Albertino Ribeiro é economista, ensaísta e analista de informações socioeconômicas do IBGE

    Destarte, não defendo que a nosso pindorama “onde canta o sabiá” abandone o agronegócio e invista somente na indústria de transformação de alta complexidade; há espaço para ambas. O problema é que o setor industrial brasileiro –  em especial a indústria de transformação não ligada ao agronegócio – foi esquecido e tende a desaparecer. Para que isso não ocorra, é preciso reivindicar o seu lugar no estrelato.

    Vamos buscar a serenidade coreana e construir uma síntese, pois o Brasil tem trabalhadores qualificados – a exemplo da CEITEC- para fabricar nossa revolução hi-tech. Ademais, muitos desses profissionais qualificados estão indo embora para trabalhar nos países onde a indústria também é pop.

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