Quatro anos depois de ser condenado pela Seção Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, o pastor evangélico e ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Antunes Olarte (sem partido), foi preso para iniciar o cumprimento da pena de oito anos e quatro meses em regime fechado. Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no golpe dado nos fieis da igreja Assembleia de Deus Nova Aliança.
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A prisão do político foi determinada nesta quarta-feira (5) pelo juiz Fernando Chemin Cury, da 1ª Vara de Execução Penal. A prisão foi decretada imediatamente após o procurador-geral de Justiça, Alexandre Magno Benites de Lacerda, ter informado o Poder Judiciário do trânsito em julgado da sentença.
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A execução da sentença foi solicitada em novembro de 2019 pelo procurador-geral de Justiça em exercício, Humberto Brites. Na ocasião, o então vice-presidente do TJMS, desembargador Carlos Eduardo Contar, enviou o pedido para ser analisado pela 1ª Vara de Execução Penal. No entanto, o processo foi distribuído erroneamente para 3ª Vara Criminal e ficou com a juíza Eucelia Moreira Cassal por um ano, até a distribuição ser corrigida.
Com o encaminhamento do pedido ao juiz correto, Cury acabou indeferindo o pedido porque havia pendência no julgamento do recurso pelo Superior Tribunal de Justiça. O recurso foi julgado logo em seguida, encerrando, enfim, a avalanche de recursos protocolados pela defesa do ex-prefeito para evitar a execução da sentença.
Primeiro prefeito preso no exercício do cargo na história de Campo Grande, Olarte foi condenado por unanimidade pela Seção Criminal do TJMS no dia 24 de maio de 2017. Ele chegou a ficar preso por mais de ano e usou tornozeleira eletrônica em decorrência de outra denúncia por corrupção e ocultar uma fortuna na construção de uma casa de luxo no Residencial Damha.
Filhos de dois desembargadores fizeram parte do primeiro escalão de Gilmar Olarte quando ele ocupou o cargo de prefeito da Capital. Fábio Leandro, filho do ex-presidente do Tribunal de Justiça, Paschoal Carmello Leandro, foi procurador-geral do município. Rodrigo Pimentel, filho do desembargador Divoncir Soncini Pimentel, foi secretário de Governo, responsável pela articulação política, e advogado do ex-prefeito.
A prisão de Olarte é histórica e se torna o primeiro caso de corrupção punido com prisão na história da Capital. Ele fez carreira como líder evangélico, elegendo-se vereador e vice-prefeito na chapa de Alcides Bernal (PP). Com a cassação de Bernal, em uma manobra marcada por compra de votos e negociações escusas conforme o Gaeco, ele assumiu o comando da prefeitura da Capital, cargo que exerceu por um ano e cinco meses.
A prisão de Olarte foi confirmada pela Polinter nesta quarta-feira em ofício encaminhado ao juiz Fernando Chemin Cury. Ele está em uma cela da delegacia e deverá ser encaminhado para o Presídio Militar, onde seu advogado, Jail Benites Azambuja, já cumpriu pena até o ano passado.