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    Opinião

    Filosofo fala da perversão do voto para manter sofrimento do justo e a mordomia do político

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt15/05/20217 Mins Read
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    No artigo “Os justos e a perversão do voto”, o filósofo e jornalista Mário Pinheiro destaca a importância do voto e faz paralelo com a Grécia, o berço da democracia moderna. Com maestria, ele descreve como ocorre a perpetuação do luxo da classe política, mesmo diante da miséria do povo.

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    “O trabalhador, eleitor, se sujeitou à precariedade, à pobreza e à exclusão sem se dar conta de que foi vilipendiado, extirpado, roubado pelo político que ajudou eleger. Essas noções da miséria nos enviam para a instabilidade, a fragilidade, a incerteza do amanhã. Enquanto isso, os autores riem nos corredores macios de carpetes, batem com a arma na mesa para assustar a empregada”, pontua.

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    “O cretinismo vestiu a capa da política, trabalhou o discurso e ganhou poltrona. Sócrates dizia que era melhor trabalhar do que mendigar, mas na atualidade temos parlamentares que, além de não mostrarem resultados, ainda sonegam impostos e se dizem orgulhosos. Afinal, o cretino é o político, mas o eleitor paga o mico de idiota por votar em parasita”, destaca.

    Confira o artigo na íntegra:

    “Os justos e a perversão do voto

    Mário Pinheiro, de Paris, na França

    Péricles, considerado o pai da democracia ateniense, contemporâneo de Sócrates, de Heródoto, de Sófocles, foi eleito 15 vezes para governar Atenas e acabou por instituir o imperialismo em seu tempo. Sua política causou a guerra do Peloponeso, as insurreições, os conflitos. Mas é a ele que se deve a construção da Acrópole e do templo Partenon, que fora destruído pelos Persas.

    Embora tenha cometido erros, a ele se deve o voto, a escolha. Religião e família que sempre fizeram parte da agenda política eram, na antiguidade, dois regimes opostos. Ele morre na epidemia da peste que dizimou Atenas.

    Enquanto Platão despreza a política, com Aristóteles aprendemos que o homem é um animal social e político, engajado a fazer qualquer coisa, e isso também nos fala Arendt na Condição Humana. O filósofo grego, filho de médico, fundador da lógica, foi professor de Alexandre o Grande e deixou muitas lições acerca do homem e do mundo animal.

    Aristóteles, segundo Arendt, destrói os fatos históricos e propõe ação, práxis e mantém a palavra que herdara de Platão. Em Santo Tomás de Aquino, encontramos a síntese e os comentários sobre a política e a ética de Aristóteles. Marx se difere de Aristóteles e de Aquino, ele diz que o homem é uma criatura submissa ao trabalho. Para Aquino, a política implica uma responsabilidade moral em que a razão do homem deve guiar sua vontade nas ações sociais. Mas ele defende também a propriedade privada num momento em que a Igreja era mestra em posses.

    Durante muito tempo, a verdade pertencia a quem decidia pela morte na fogueira para se purificar dos pecados, era o tempo da inquisição, das indulgências, mas pouco a pouco ela, a Igreja, foi também perdendo espaço. Era a filosofia da razão e da fé, a escolástica tomista que excluía tudo que a incomodasse ou deixasse lacunas nas respostas.     

    Para Arendt, Tomás de Aquino é um mal-entendido porque ele compara governo familiar e governo político, onde a mulher se torna frágil e submissa diante da perfeição daquele que manda, o homem, senhor de tudo. É um tipo de tirania familiar que se identifica com a da política.

    No livro O Que é Política, de Arendt, ela afirma que as tiranias políticas estão condenadas porque elas destroem o ser humano, isolando os homens uns aos outros, procurando liquidar a pluralidade humana. A tirania faz acordo primeiro com o poder judiciário, a polícia, e conta com o apoio indispensável da extrema direita. Tiranos não governam por muito tempo. Embora eles façam brotar o ódio, coroam a mentira como carro-chefe e atuam com maldade, o exemplo mais claro é Calígula que humilhava até seus súditos soldados.

    Não precisamos nomear o presidente brasileiro que tenta adular as forças armadas e gente sem caráter na esfera política para se livrar de um processo por irresponsabilidade que, se for justo, pode desgrudá-lo da faixa presidencial que o retém como chefe. Um capitão querer dar ordens e submeter os generais é puro cretinismo. Mas é preciso explicar como o voto dos justos deu vitória ao cretino.

    O cretinismo vestiu a capa da política, trabalhou o discurso e ganhou poltrona. Sócrates dizia que era melhor trabalhar do que mendigar, mas na atualidade temos parlamentares que, além de não mostrarem resultados, ainda sonegam impostos e se dizem orgulhosos. Afinal, o cretino é o político, mas o eleitor paga o mico de idiota por votar em parasita.

    Os justos são os trabalhadores, pobres que carregam o fardo para brilhar a calota do carro alheio, a querosene do jato privado, depois negam que vivem à margem da sociedade, fazem de conta que a exclusão social não lhe diz respeito, votam pelo candidato que geralmente os exclui dos planos sociais.

    Na filosofia de Marx, o preço médio do trabalho assalariado é o mínimo do salário, nada mudou. Na sociedade burguesa se vive de acumulação, de especulação, de crimes contra os carregadores de piano. E Marx conclui que na sociedade burguesa o passado domina o presente. Basta olhar e compreender que há parasitas eleitos que tramam contra o povo trabalhador, aqueles que derrubam direitos adquiridos numa canetada, depois correm para o canal de televisão para justificar sua sujeira.

    O trabalhador, eleitor, se sujeitou à precariedade, à pobreza e à exclusão sem se dar conta de que foi vilipendiado, extirpado, roubado pelo político que ajudou eleger. Essas noções da miséria nos enviam para a instabilidade, a fragilidade, a incerteza do amanhã. Enquanto isso, os autores riem nos corredores macios de carpetes, batem com a arma na mesa para assustar a empregada.

    O economista americano Albert Hirschman, que teve grande interesse pelos laboratórios sociais das lutas de Pernambuco, as ligas camponesas, escreveu que, quando os trabalhadores estão descontentes com ações injustas do governo e do patrão, restam a organização, a manifestação, o grito, a greve, e que é necessário fazer uso da palavra.

    O parlamentar que perdeu a corrida presidencial e jamais aceitou a derrota afirmara que o trabalhador estava ganhando demais, que era um absurdo, que era preciso bloquear, dar um golpe, recuperar suas perdas (que perdas?) e dar um aumento abusivo aos ministros da suprema corte, aos juízes, para amaciar o ego, coisa que a presidente Dilma não quis compactuar. O cretinismo não tem rosto, não mostra sua imagem real, ele se esquiva.

    Trabalhador pobre não deveria votar em patrão se ao menos assumisse sua condição social e sua classe, mas ele se ilude com promessas e quer se mostrar melhor. Sua filosofia de vida é simplória, ajustada na família e na fé, mas ele não deve esquecer que seu voto é capaz de trazer mudanças para o bem ou para o mal. Os justos foram pervertidos, convencidos a votarem no pior tipo da espécie humana, ou seja, no genocida que esperneia para escapar das garras de uma CPI da Covid-19.

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris.

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