A Petrobras anunciou o primeiro reajuste no preço da gasolina desde a posse do general Joaquim Silva e Luna, nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se irritar com sete aumentos consecutivos. Este é o 8º aumento apenas deste ano no litro do combustível, que caminha para atingir a barreira de R$ 7 no interior de Mato Grosso do Sul.
[adrotate group=”3″]
A partir deste terça-feira (6), o preço da gasolina na refinaria teve aumento de 6,3%, com acréscimo de R$ 0,16 e chegando a R$ 2,69. Este é o primeiro aumento na gestão de Luna, empossado no cargo de presidente da companhia petrolífera em abril deste ano. Em junho, ele chegou a autorizar redução de 2% no preço do litro.
Veja mais:
Bolsonaro ignora alta de 43% na Petrobras e culpa Reinaldo pelo aumento da gasolina em MS
Motoristas de aplicativos fazem o 1º protesto para forçar Reinaldo a reduzir ICMS da gasolina
Após lucro de R$ 7,1 bi, Petrobras anuncia 5ª alta do ano e gasolina deve superar R$ 6 em MS
Após intervenção de Bolsonaro, gasolina sobe pela 6ª vez e deve superar R$ 6 na Capital
Somente em 2021, o litro teve aumento de 46% nas refinarias. Além da política de preços da gestão de Bolsonaro, o consumidor sente no bolso o aumento de impostos praticado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que elevou a alíquota do ICMS sobre a gasolina de 25% para 30% em março do ano passado.
As duas políticas, de Bolsonaro e de Reinaldo, deixaram o valor da gasolina 35%,83% mais caro em Mato Grosso do Sul em 12 meses. Conforme levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o custo médio do litro pago pelo consumidor passou de R$ 4,23, em julho do ano passado, para R$ 5,743 nesta semana. O valor máximo no Estado está em R$ 6,19, em Dourados, de acordo com a agência. No ano passado, o preço mais caro era R$ 4,69.
Em Campo Grande, a concorrência segurou os preços, mas ainda assim houve valorização de 40% no menor valor, de R$ 3,955, em julho de 2020, para R$ 5,549 hoje. O maior preço pago pelo campo-grandense saltou 32% em um ano, de R$ 4,499 para R$ 5,959.
De acordo com o Edson Lazarotto, diretor do Sinpetro (Sindicato dos Revendedores de Derivados do Petróleo), o reajuste anunciado hoje terá impacto de R$ 0,12 nas bombas. Isso significa que o maior valor pode chegar R$ 6,10 na Capital. No interior, onde o preço está em R$ 6,30, como é o caso de Cassilândia, pode chegar a R$ 6,42. Em Nova Alvorada do Sul, o valor pode saltar de R$ 6,19 para R$ 6,31.
Em Amambai, os consumidores foram surpreendidos com a remarcação dos preços e o litro pode ser encontrado a R$ 6,09 na cidade.
O preço do diesel poderá ter impacto de R$ 0,09 ao consumidor final, conforme o Sinpetro. O diesel teve aumento de 40% apenas neste ano.
“Importante reforçar o posicionamento da Petrobras que busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”, informou a estatal em nota. “Os preços praticados pela Petrobras seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo”, argumentou.
O reajuste no preço dos combustíveis pode impulsionar a greve dos caminhoneiros, um dos grupos mais alinhados com o governo de Jair Bolsonaro. A última greve do segmento ocorreu na geste de Michel Temer (MDB) e parou o País, causando desabastecimento e causando comoção na população que enfrentou longas filas para abastecer os veículos.
