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    Em artigo sobre ideologia, filósofo faz análise e crítica contundente ao papel da igreja

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt02/10/20216 Mins Read
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    No artigo “Conceitos de ideologia e alienação social e religiosa”, o filósofo e jornalista Mário Pinheiro faz profunda análise da ideologia e do uso da religião como dominação social da população. Ele relembra os estudos de Destrut Tracy, Louis Althusser, Antonio Gramsci e Marx para fazer dura crítica a parte da direita brasileira.

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    “Basta ler a realidade do Brasil atual com os evangélicos, padres de extrema direita que passaram uma borracha nas decisões do Vaticano II, dos programas podres de televisão sensacionalista (exemplo: Ratinho e Sikêra Júnior, entre outros). Do lado cultural há os negacionistas que viraram capitão do mato como o presidente da Fundação Palmares, o vereador Holiday e também o deputado Hélio, sombra do presidente em função”, analisa.

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    Sobre a Igreja Católica, Pinheiro relembra o apoio dado por integrantes da instituição a ditadores e nazistas. No entanto, ele também relembra o papel de líderes católicos na luta contra a ditadura militar no Brasil, pelas Diretas Já e contra a miséria.

    Ele até lembra do então presidente José Sarney (MDB), primeiro civil a assumir após 21 anos de ditadura militar, foi ao Vaticano reclamar da atuação dos católicos no Brasil ao Papa João Paulo II.

    Confira o artigo na íntegra:

    “Conceitos de ideologia e alienação social e religiosa

    Mário Pinheiro, de Paris

    O vocábulo ideologia foi criado por Destrut Tracy no século XVIII. Mas em Marx a ideologia designa a falsa consciência que resulta da posição de classe, o sistema de produção. Para Louis Althusser, basta saber que uma ideologia é um sistema de representações que contém imagens, mitos, ideias de conceitos dotados de uma existência e um papel histórico numa sociedade.

    O marxista italiano Antonio Gramsci diz que a ideologia é uma concepção do mundo que serve de base para o mundo social e ela se constitui graça aos aparelhos de poder que a promovem. Ela é necessária para organizar o povo, as massas humanas que formam o terreno onde os homens se movem, onde eles adquirem consciência de sua posição, onde eles lutam. No entender de Gramsci, organização escolar, religiosa e cultural, formam o tripé de um governo que massacra o povo. Este seria, segundo Gramsci, a ideologia arbitrária.

    Basta ler a realidade do Brasil atual com os evangélicos, padres de extrema direita que passaram uma borracha nas decisões do Vaticano II, dos programas podres de televisão sensacionalista (exemplo: Ratinho e Sikêra Júnior, entre outros). Do lado cultural há os negacionistas que viraram capitão do mato como o presidente da Fundação Palmares, o vereador Holiday e também o deputado Hélio, sombra do presidente em função.

    No quesito ideologia e religião, a Igreja Católica serviu de chocadeira de ovos aos ditadores, protegeu nazistas e sempre abençoou o capital. O Vaticano, por exemplo, mede apenas 43 km², tem sua própria bandeira, seus embaixadores, o banco e foi presente de Benito Mussolini em 1929. Pois bem, na Itália, quando ele quis se meter em assuntos como o aborto, o parlamento pediu que ele se calasse, caso contrário o acordo de Latrão que cedeu a área do Vaticano seria revista. Ele se calou na Itália, mas causou desgaste nas Américas Latina e Central.

    Ele não mexeu um dedo quando El Salvador vivia sob tensão da junta militar controlada pelos EUA e que assassinava camponeses, padres e religiosas. O objetivo na cabeça dele, era acabar com a esquerda. E Oscar Romero, no auge das tensões sociais e perseguição aos camponeses, escreveu cartas pedindo ajuda ao presidente Jimmy Carter e ao papa. Por fim, como recompensa, recebeu uma bala no peito em plena celebração.

    O papa polonês, teimoso em suas ideias, iria, mas não fez, canonizar um pedófilo mexicano. E Gramsci tinha razão. Mas o fator ideológico pode também ser usado de outra forma. Quando a Igreja católica no Brasil tomou posição contra a ditadura, subiu nos palanques pelas Diretas Já, o José Sarney, que era cria dos militares, foi escolhido para ser o presidente na Nova República.

    O maranhense não desejava ter a CNBB criticando sua função, então o dito cujo foi até Roma reclamar ao papa polonês que a Igreja Católica do Brasil se metia demais em política. Na verdade, alguns bispos politizados, que atuavam com a Teologia da Libertação (TL), as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), exerciam um trabalho coerente, social, religioso e político. Não demorou muito e João Paulo II mandou os padres comprometidos com os pobres escolherem um lado, o do opressor.

    Em seguida, ele proíbe Dom Helder Camara de viajar, fecha os seminários que formavam padres e líderes comprometidos com a miséria e acusa a TL de ser marxista e abre seminários ligados a Opus Dei. O Vaticano, em nome de Deus, faz uma investida ideológica nas Américas Central e Latina. O número de vocacionados diminui, os católicos migram e os evangélicos aumentam assustadoramente atrás da teologia da promessa que vem dos pentecostais.

    Mas Casaldáliga, o bispo “porreta” que peitou os militares e teve a cabeça posta a prêmio, disse que o crescimento dos evangélicos era culpa dos líderes católicos que escolhiam ficar do lado dos ricos. Hoje dizem que o fator de crescimento extrapolado dos neopentecostais é o resultado das más investidas dos papas João Paulo II e Bento XVI.

    A prioridade ideológica da Igreja Católica a partir dos anos 80 era afundar o comunismo europeu e fechar os olhos às atrocidades causadas pelo capitalismo desenfreado. Caiu o muro de Berlin, mas o capitalismo cego levantou os muros da indiferença, as pessoas tornaram-se alienadas e perdidas ao aceitar o muro de Israel, que exclui palestinos; o muro da vergonha americana na fronteira do México.

    Pierre Bourdieu, também marxista, diz que falta distinção. O pobre gosta de se parecer rico, finge que entende de tudo, se manifesta pela rede social, vota no candidato que oprime, e quando tudo vai a contragosto, diz que é vontade de Deus. Bourdieu fala do gosto de luxo e  de necessidade onde tudo coage com  a ideologia. Mas ele também afirma que a escola é o primeiro lugar de ideologização.

    Para tanto, segundo ele, é preciso professor competente que sabe passar o conteúdo, como exemplo, a filosofia e a sociologia, sem remeter o aluno ao doutrinamento. Mas é bom lembrar que a ideologia fascista se diz crente, com Deus acima de tudo, ignora os direitos do cidadão e mata pela indiferença e ignorância.”

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris.


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