No artigo “A verdade sai do poço”, o filósofo e jornalista Mário Pinheiro faz ponderações, sem citar nominalmente, sobre a conduta do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Famoso pela Operação Lava Jato, ele enfrenta os dissabores de ver suas decisões anuladas pela Justiça e ser questionado pela opinião pública, desde os novos patrões até os companheiros na política.
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“E inútil discutir com portadores de falsidade e plantadores da ignorância. A verdade não gosta de viver escondida, embora ela possa, por um certo tempo, deixar a mentira na boca dos infelizes reinar”, alerta o filósofo.
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“Em contraste, há outro lado da (in) dignidade, daquele que busca a melhoria salarial pra si mesmo sob ameaça de explodir o quartel, as duas ações ocorrem quase no mesmo período. Décadas mais tarde, no rebuliço social brasileiro, uma forma de caça às bruxas, falsos heróis vestidos de capa, escondidos sob a carapaça da justiça, mas com a opinião pública”, comenta.
“E o metalúrgico, por todo bem que fez, sem efetivamente ser santo, foi preso e condenado por um tribunal de esquina de farmácia, onde o diploma de direito é vilipendiado, desonrado e maltratado. A prisão do primeiro espalhou mentiras, disse que havia uma mina em algum paraíso fiscal”, conta, sem citar nominalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em seguida, conclui que, apesar dos esforços, os tesouros nunca foram encontrados.
“O ex-juiz, cooptado por uma empresa americana, teria recebido R$ 200 mil pela consultoria, mas a empresa americana retirou o lucro de R$ 65,1 milhões das empresas envolvidas na operação lavajatista. Esta revelação é do ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União)”, destaca.
Confira o artigo na íntegra:
“A verdade sai do poço
Mário Pinheiro, de Paris
E inútil discutir com portadores de falsidade e plantadores da ignorância. A verdade não gosta de viver escondida, embora ela possa, por um certo tempo, deixar a mentira na boca dos infelizes reinar. “A verdade sai do poço” é o título do quadro de Jean-Léon Gerôme, representada numa mulher nua investindo sob a luz do dia. Poderíamos também trazer à tona a alegoria do mito da caverna de Platão, onde os homens não viam a luz exceto pela sombra que refletia na parede.
Em sua arte ele representa dois aspectos da vida dos homens entre a escuridão e a claridade. Quem realiza atos de grandiosidade, como lutar pela melhoria salarial de toda uma classe de operários, é salutar, humano, altruísta, digno de prêmio, mesmo que isso lhe valha a prisão num sistema autoritário.
Em contraste, há outro lado da (in) dignidade, daquele que busca a melhoria salarial pra si mesmo sob ameaça de explodir o quartel, as duas ações ocorrem quase no mesmo período. Décadas mais tarde, no rebuliço social brasileiro, uma forma de caça às bruxas, falsos heróis vestidos de capa, escondidos sob a carapaça da justiça, mas com a opinião pública.
E o metalúrgico, por todo bem que fez, sem efetivamente ser santo, foi preso e condenado por um tribunal de esquina de farmácia, onde o diploma de direito é vilipendiado, desonrado e maltratado. A prisão do primeiro espalhou mentiras, disse que havia uma mina em algum paraíso fiscal.
A celeridade da justiça, com todos os seus meios, não conseguiu provar, nem encontrar o dito “tesouro”. Por outro lado, a novela permitiu que o juizeco e o promotor do “power point” elegesse o pior tipo da escória brasileira.
Mas a verdade saiu do poço, mostrou o quanto o povo pode ser ignorante, manuseado, manipulado e tratado como marionete. O juizeco fugiu aos “esteites” depois de uma breve passagem como ministro da (in) justiça, cooptado pela empresa que o pôs na linha de destruição das empresas.
O cenário atual mostra que a verdade detesta as sombras. A luz se direciona para a imagem perdida internacionalmente e que revive com o ex-metalúrgico enquanto o tosco amarga dissabores, proteção da máquina estatal ao filho larápio. Aristóteles diz, o que verdade é o que reflete a realidade.
Em Camus, do homem revoltado, a verdade se desfaz da falsidade, estranho e sobretudo negacionista. A relação da negação de Camus é a coragem de buscar a verdade quando uma grande parte dos “ideologizados” creem num tribunal staliniano, poderíamos traduzir hoje por república de Curitiba.
O ex-juiz, cooptado por uma empresa americana, teria recebido R$ 200 mil pela consultoria, mas a empresa americana retirou o lucro de R$ 65,1 milhões das empresas envolvidas na operação lavajatista. Esta revelação é do ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União). O rapazinho que desejou passar a imagem de justiceiro e anticorrupto é na verdade um embuste. Quando a verdade vê a luz, os cegos que acreditaram piamente no juizeco tem uma missão, lavar a fuça e expulsar o ranço de ódio que ainda sustenta.”
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