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    “Eu fui vítima de um crime”, diz policial preso por sete meses por roubo que não cometeu

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt29/04/20225 Mins Read
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    Aos 32 anos, Alan Dyones sofre os efeitos da prisão injusta ao ser acusado de um assalto que não cometeu (Foto: Divulgação)

    Após realizar o sonho de criança de ser policial, o soldado Alan Dyones dos Santos Silva, 32 anos, nunca imaginou que viveria um pesadelo quatro anos após ingressar na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Em outubro de 2018, como o personagem do romance O Processo, do alemão Franz Kafka, ele foi tratado como bandido, ficou sete meses preso e cumpriu medidas cautelares, como não poder sair de casa após às 22h por quase um ano, por um crime que não cometeu.

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    Alan Dyones e e Douglas Walker Davalo de Oliveira foram acusados de invadir uma residência às 19h30 do dia 6 de outubro de 2018 no Jardim Piratininga, em Dourados, ter feito um casal e a filha de 10 anos para roubar R$ 700 e dois telefones celulares.

    “Eu fui vítima de um crime”, ressalta o soldado da PM, que passou a ter síndrome do pânico e acabou sendo obrigado a se afastar do trabalho para o tratamento psiquiátrico. “Não tenho palavras para dizer (sobre ser tratado como bandido). Foi humilhante e vergonhoso”, lamenta, ao ser procurado pelo O Jacaré para falar sobre o caso.

    Os dois policiais foram presos cinco dias após o suposto roubo com base apenas nos depoimentos das vítimas. O casal relatou que os bandidos entraram na casa armados de pistola, gritando “polícia, polícia” e pedindo por drogas e dinheiro. A mulher e a filha foram trancadas no banheiro.

    Apesar dos supostos ladrões estarem de touca ninja preta, as testemunhas garantiram reconhecer os bandidos. No caso de Douglas, que era vizinho, foi uma tatuagem. Na delegacia, o casal não tinha detalhes do desenho. No entanto, em juízo, garantiram que era a estrela de Davi na cor verde.

    Já Alan teria sido reconhecido por uma pinta abaixo do olho. O soldado tem uma pinta, mas próxima da boca e longe dos lábios, impossível de ser vista no caso da máscara supostamente usada no assalto.

    Alan Dyones ficou preso de outubro de 2018 até maio de 2019, quando acabou solto a pedido do Ministério Público Estadual. Ele foi transferido para trabalhar na área administrativa do comando da PM, na Capital, e obrigado a cumprir uma série de cautelares. Chegou inclusive a carregar pedras.

    Os policiais foram absolvidos por unanimidade pelo Conselho de Sentença da Auditoria Militar no dia 13 de abril de 2020. “Analisados os autos, este Conselho de Justiça, por unanimidade, inferiu que a denúncia não merece procedência, em razão da ausência de provas de terem os acusados concorrido para a infração penal, tendo em vista as contradições e inconsistência entre os depoimentos prestados pelas vítimas”, concluiu o juiz Alexandre Antunes da Silva.

    A absolvição trouxe alívio para os PMs. No entanto, a acusação e a prisão destruíram a vida do policial. Houve problemas graves de saúde na família. O casamento desmoronou. A vida financeira saiu do controle. “Fiz empréstimo para pagar advogado”, relembra.

    Ele também sofreu processo administrativo e, por pouco, com base em materiais de jornais, feitos a partir dos relatos da Polícia Civil, não foi expulso da PM. Taxado de ladrão, ele conta que sentiu a maior vergonha. Felizmente, a sindicância concluiu pela inocência de forma unânime, mas demorou quase três anos para ser concluída, já que o resultado foi publicado em setembro do ano passado.

    Ao longo do processo judicial e administrativo, Alan Dyones procurou oficiais e colegas de farda para ser ouvido e contou sua história. “Queria que fosse feito o procedimento correto”, afirma. Atualmente, ele ainda gostaria que fosse feito justiça, como encontrar e punir os responsáveis pela falha, como uma forma de superação de todos os transtornos que passou ao longo de três anos.

    Foto usado pela polícia para reconhecimento, que testemunha alegou na Justiça não ter sido suficiente para confirmar a identidade (Foto: Arquivo)

    Em decorrência da síndrome do pânico, o soldado acabou perdendo a oportunidade de promoção para cabo, já que não conseguiu participar do curso de formação. “Não tive condições psicológicas”, conta, sobre o pânico em vestir a farda.

    Filho de um produtor rural e uma assistente social, Alan nasceu no distrito de Taboco, em Corguinho. Aos 17 anos, ele acompanhou a mãe, que se mudou para Dourados. Com fama de nerd na escola, ele conta que concluiu o ensino médio com 15 anos.

    Na segunda maior cidade do Estado, Alan Dyones foi operário em usina de cana de açúcar, garçom, vigilante e pintor. Para concluir o curso de formação de soldado, ele relembra que passou por dificuldades, inclusive fome. “Eu venci as dificuldades”, conta.

    Apesar de ter passado nos cursos de Biologia na UEMS e de História na UFGD, ele não conseguiu concluir nenhuma das faculdades. “Eu sempre quis ser policial, desde criança”, conclui, sobre o sonho realizado, mas que jamais imaginou se transformaria em pesadelo.

    Atualmente, o policial está na fase final do tratamento para superar o problema e tentar retornar à atividade na PM.

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