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    No Divã Em Paris: A maldição edipiana no espectro político

    no divã em paris - tragédia grega e a política brasileira
    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt08/10/20224 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris

    Sófocles não sabia que sua tragédia atravessaria o tempo e entraria no universo disfarçado do trágico na ignorância. Édipo, sem saber, matou o pai. Depois matou a charada da esfinge na entrada da cidade e casou-se com a mãe com a qual teve quatro filhos. Zeus não perdoou os erros de Édipo, fazia parte da maldição, e o ilustre cidadão estava fadado ao exílio, ao isolamento, pois era considerado como o mal em si, o desgraçado. 

    Édipo é o fruto da maldição, um acontecimento trágico que descontrola a vida moral da família, mas ele não é o único. Priam, rei de Tróia, teve pesadelos incessantes quando sua esposa estava grávida de Páris. Em seus sonhos ele via a cidade em chamas por culpa do filho.

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    Como aconteceu com Édipo, Páris foi dado a um empregado para que o sacrificasse. A compaixão do subalterno fez com que ambos fossem deixados na montanha para serem comidos por animais selvagens ou aves de rapina. Mas eles foram criados por terceiros, por pastores de ovelhas.

    Édipo matou o pai, é parricida. Era príncipe sem saber, virou rei e pai pela maldição familiar, a mãe se suicida. Quando Páris cresce e vira um rapagão lindo, forte, musculoso, ele participa dos jogos atléticos de Tróia e é reconhecido pela corte pelos seus dotes físicos. Como tinha sangue azul, foi convidado a fazer parte do palácio pelo próprio pai pensando que a maldição fosse coisa do passado. Páris se torna embaixador na Grécia.

    Na Grécia reinavam os deuses do Olimpo. Entre as deusas gregas reinava também a discórdia, o ciúme e a vingança. Helena, considerada a mais bela das princesas, era filha de Zeus, casada com o rei de Esparta, Menelau. O casal tinha uma filha que se chamava Hermione.

    Acontece que a trama amorosa entre Helena e Páris é fruto do orgulho, pois ninguém podia ser mais bela que a deusa Afrodite, Atena e Héra. Elas criam o enredo da “maçã da discórdia” e tornam Helena e Páris apaixonados. Ela foge com seu amado Páris para Tróia. O marido traído sentiu a honra ferida, o peso e o tamanho do chifre. Era o início da guerra de Tróia.

    Os séculos correram, desceram a ladeira rumo ao oceano e entramos num tempo estranho, sombrio, de calafrios e azedume na alma das pessoas. Esta maldição não é somente dos gregos, ela acompanha a burrice das pessoas que plantaram dentro de si a semente do ódio que floriu racismo, homofobia, xenofobia e falsidade.

    Por ter devoção a quem mente, muitos brasileiros outrora considerados pacíficos, vestiram a carapuça da maldade e acusam o povo nordestino de coisas absurdas. É a maldição! Os eleitores votam errado e muito mal nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e acham que outros deveriam seguir o exemplo! Maldição! 

    A vida política vive sob a influência da razão, mas quando o cérebro é vazio, pode-se derramar tudo quanto é podridão no interior dela. Os gregos criaram a democracia e foram capazes de compreender e entender sua importância no desenvolvimento da pólis.

    Já os brasileiros eleitores de lixo presidencial, são incapazes de ver a diferença entre fascismo e regime democrático, confundem pastor com pasto, não estudam e batem boca para provar que o falso pode passar por verdadeiro. Enfim, a vida política é o campo de lutas por justiça, por igualdade e respeito, por harmonia, saúde e educação, salário digno ao operário e sem regalias ao patrão.

    Mas um povo conservador, de extrema direita, desconhece as próprias razões, é um bugre fugido da escola, por isso defende latifundiário, invasão de propriedade indígena e a opressão de quem lhe come o lombo por sua ignorância. É a maldição bolsonariana embebida de fel, vinagre e muito veneno. Édipo está de volta, e, se abusar, dará liberdade para o renascimento daquele que incendeia o país com guerra civil pra salvar a família.

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

    filosofia fim de semana NO DIVÃ EM PARIS REFLEXÃO

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