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    Opinião

    No Divã em Paris: A mulher e seu esplendor na Grécia antiga

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt10/12/20223 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris

    Nos meios burgueses e aristocráticos do mundo grego, a política da moralidade social não permitia que a mulher aparecesse. Na velha Atenas era preciso fazer transparecer a boa família, elas ficavam reclusas à casa das mulheres onde a patroa, casada e de bom padrão, vigiava as solteiras e as escravas para que não perambulassem pelas ruas, pois não tinham direito.

    As saídas aconteciam, mas jamais desacompanhadas, participavam de cortejos religiosos, fúnebres e de festas. Nas Olimpíadas elas não participavam. As mulheres pobres, livres de serem consideradas metecas, podiam se aventurar a sair.

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    Mas havia também as poetisas, aquelas que elaboravam o discurso do marido político, como no caso de Aspasia. Ela era cultivada, separada de seu primeiro companheiro, mas meteca de origem turca. O discurso fúnebre de Sócrates foi lido por Platão, mas Aspasia teria escrito.

    A retórica fazia parte de suas aulas e os filósofos desta época aprenderam com ela. Sua inteligência valia o respeito de muitos homens. Sem Aspasia, Péricles jamais teria tido o sucesso que obteve em Atenas na elaboração de leis e o sucesso dos votos democráticos.

    Mas a maior parte das mulheres eram consideradas pelos maridos como seres inferiores, elas estavam no mundo para procriar, limpar e guardar a casa do patrão, não tinham a dita “barba” da sabedoria.

    No teatro os homens faziam o papel das mulheres, elas não tinham direito de subir ao palco e interpretar, mas, entretanto, podiam assistir as tragédias. Dominava o patriarcalismo, a mulher tinha que se calar. Quem aparece para salvar, virar a mesa, é Aristofane, o poeta cômico e dramaturgo.

    Num dado momento da história, as mulheres se vestiram de homem e foram para a praça na dita Assembleia das Mulheres. Longe do olhar visceral masculino, elas iniciaram a rebelião inteligente para um novo modelo de sociedade. O preceito eclesiástico já existia, vinha da antiguidade.

    Atenas estava diante da guerra do Peloponeso quando Aristofane fez os maiores trocadilhos misturados com filologia ao falar da decadência ateniense plena de viúvas. Dizia ele que a maior glória consiste em não se mostrar inferior diante do sexo.

    Há quem diga que Sócrates e Eurípedes estão na origem do verdadeiro “feminismo” da mulher grega com a consideração da inteligência de Aspasia que dera aulas de retórica ao próprio Sócrates e marca a emancipação progressiva delas. Os homens eram misóginos, mas coube a elas o direito de se impor na família e na sociedade a condição de mulher longe da submissão.

    Aristóteles dizia que o sexo feminino era geneticamente inferior ao sexo masculino por causa do desenvolvimento embrionário imperfeito e inacabado. Segundo ele, a mulher estava condenada ontologicamente à fraqueza. O que atrapalhava, e muito, a desenvoltura da mulher era a escravagem.

    Agamenon, irmão de Menelau, depois da guerra de Tróia, levou para Esparta a princesa Cassandra, tornou-a escrava e abusava sexualmente dela. Ele foi assassinado pela própria esposa Clitemnestra, irmã de Helena.

    O homem grego impunha o respeito, exercia a força e exigia dela a fidelidade que ele não honrava. A desigualdade entre homem e mulher era exposta pela hierarquia do sexo dominada pela superioridade masculina. As mulheres filósofas, poetisas, dançarinas, ou simplesmente belas e inteligentes, estavam no início da conquista de um lugar na sociedade. 

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

    CULTURA feminismo filosofia grécia MÁRIO PINHEIRO mulheres NO DIVÃ EM PARIS

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