O deputado estadual Renan Contar Barbosa, o Capitão Contar (PRTB), defendeu, neste domingo (11), a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a corrupção milionário no Tribunal de Contas do Estado. Para o parlamentar, um dos poucos de oposição na Assembleia, as investigações “apontam fatos graves que precisam ser apurados”.
Na última quinta-feira (8), coincidentemente Dia da Justiça, a Polícia Federal deflagrou a Operação Terceirização de Ouro, denominação da 2ª fase da Mineração de Ouro, e cumpriu 28 mandados de busca e apreensão contra o presidente, o corregedor-geral e o ex-presidente do TCE, respectivamente, os conselheiros Iran Coelho das Neves, Ronaldo Chadid e Waldir Neves.
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Eles são investigados pelos crimes de peculato, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O contrato da corte fiscal com a Dataeasy Consultoria e Informática teria sido usado para lavar R$ 39,1 milhões. O ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, determinou o afastamento dos três conselheiros e o monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica.
“As investigações de corrupção em torno do Tribunal de Contas de MS apontam fatos graves que precisam ser apurados. Cabe à Assembleia Legislativa do Estado instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e cumprir seu papel constitucional”, defendeu Capitão Contar.
No entanto, a CPI é quase impossível na Assembleia Legislativa, que tem adotado uma postura de não se indignar com a corrupção nos últimos anos. Outro agravante é que o autor da proposta, Capitão Contar, encerra o mandato na atual legislatura e não retorna em fevereiro. Ele disputou o Governo do Estado e foi derrotado no segundo turno pelo candidato de Reinaldo Azambuja, o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB).