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    Alagamentos refletem falta de planejamento e Lerner sugeriu parques para evitar enchentes

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt07/01/20235 Mins Read
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    Lago do Amor transbordou e destruiu a calçada (Foto: Marcos Leite)

    Os alagamentos a cada chuva em várias regiões de Campo Grande refletem a falta de planejamento urbano e o descumprimento da legislação urbanística, segundo o arquiteto e urbanista Fayez José Rizk. Ele também lembrou que no final dos anos 70, o renomado urbanista Jaime Lerner sugeriu a criação de grandes parques urbanos às margens dos córregos para evitar as inundações.

    Em artigo publicado no Jornal de Domingo, Rizk relembra um artigo publicado em 2010, no qual alertava para as falhas e os mesmos problemas. Doze anos depois e após cinco prefeitos – Nelsinho Trad, Alcides Bernal, Gilmar Olarte, Marquinhos Trad e Adriane Lopes – os alagamentos se agravam e se repetem com mais frequência.

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    “Já nos anos 60, baseado no Plano Diretor elaborado pela Hidroservice, a mando do então Prefeito Mendes Canale, e terminado já na administração Plínio Martins, foi executado a primeira grande obra de drenagem da cidade, que é o canal do córrego Maracaju, então sob a administração de Levy Dias”, relembra, sobre a canalização.

    “Depois, veio a retificação e dragagem do córrego Anhanduí, isso nas décadas de 70 e 80. Mas o mais importante nesse cenário vem no final dos anos 70, quando o então prefeito Marcelo Miranda encomendou um Plano De Complementação Urbana, elaborado pelo Arquiteto e Urbanista Jaime Lerner, que, na minha opinião, formatou a atual cidade”, destacou.

    “Nesse Plano, além da visão de estruturação da cidade em torno da Mobilidade Urbana – até hoje desprezada – previa a criação de grandes parques urbanos às margens dos maiores córregos que cortavam à cidade, como o Prosa, o Segredo e o Anhanduí”, contou.

    Os parques poderiam evitar os transbordamentos dos córregos Segredo, Anhandui e Prosa, que acabam invadindo as vias públicas e arrastando veículos. As cenas gravadas do alto dos prédios viralizam a cada chuva na Capital.

    “Essas áreas, sabidamente de brejos, serviam como bacia de retenção e infiltração de águas pluviais. Outro fator, normalmente desprezado para a drenagem urbana é a arborização urbana e privada, nessa época, ainda farta, tanto é que era a cidade ‘das mangueiras’”, relatou.

    “Também no início da década de 90, foi elaborado a importante (e desprezada) Carta Geotécnica de Campo Grande, que mapeou perfeitamente as áreas mais vulneráveis para erosão e que norteou os Planos Diretores e a Lei de Ocupação e Uso do solo, orientando ou restringindo a ocupação do solo, isto é, o quantidade de área de construção cada terreno poderia ter”, destacou.

    Na época, a sugestão era de que parte da área urbana continuaria permeável para receber a água da chuva e evitar enxurradas e o transbordamento dos córregos.

    Ernesto Geisel é tomada pela água: parque urbano sugerido em 1978 poderia evitar esta cena

    “Na maior parte da cidade a taxa de ocupação era de 50%, ou seja, teríamos metade da área do terreno não construída e, portanto, possível de ser usado como área de infiltração de águas pluviais. O que vimos? Uma gradativa mudança nessas posturas municipais e avanço de construções em áreas extremamente vulneráveis”, alerta o urbanista.

    Fayez José Rizk relembra como foi construído o Parque do Sóter, cercado por edifícios e conjuntos residenciais. “Resultado: uma grande erosão, com cerca de 6 metros de profundidade, que mais tarde se transformou em um (ex) lago no Parque do Sóter e hoje novamente assoreado! Todo esse material arenoso, foi carreado para os córregos Sóter, Prosa e Anhanduí, diminuindo a vazão desses corpos d’água”, aponta.

    “Ao mesmo tempo, as áreas de brejo do Prosa e do Anhanduí, que seriam protegidas pelos parques previstos por Lerner, foram sendo ocupadas com construções. As construções foram gradativamente impermeabilizando todos os terrenos, isto é, as águas não infiltram no local e são jogadas diretamente na rede, quando não diretamente na rua, sem caixas ou páreas de retenção, como por exemplo, um grande conhecido supermercado fez e faz , jogando toda a água colhida na rua Antônio Maria Coelho ou até mesmo prédio público como a tal Central do Cidadão”, conta.

    “Também simultaneamente, houve a destruição da arborização, muito importante para a retenção de água e a redução do escoamento superficial e atraso no pico de vazão das águas pluviais”, pontua.

    “Eis a receita para as enchentes: córregos assoreados, com menos vazão, sem áreas de infiltração, sem árvores para reter e diminuir o pico de vazão. A natureza é inexorável, e ainda mais com grandes chuvas, fora dos padrões ditos normais, que são cada dia mais frequentes”, resume, sobre o atual quadro de Campo Grande.

    “Tudo isso me faz lembrar uma frase do Jaime Lerner em uma reunião que participei em 1978, ainda como estudante de Arquitetura e Urbanismo: se vocês não cuidarem dos fundos de vale, vão ter que acabar construindo túneis para a condução de águas da chuva. Profético e certeiro”, conclui.

    O mais grave é que os gestores continuam sem discutir um novo planejamento urbano para evitar um agravamento ainda maior da atual situação no futuro. Sim, é possível ficar pior se nada for feito.

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