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    Crise e novas opções de locomoção: transporte coletivo perde 49% dos passageiros em 10 anos

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt23/01/20239 Mins Read
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    Superlotação não acabou nem na pandemia, apesar da restrição social ser a principal arma contra a covid-19 (Foto: Arquivo)

    Em crise financeira, sem condições de melhoria à vista e com novas opções de locomoção, como motocicletas e motoristas de aplicativos, o transporte coletivo perdeu 49% dos passageiros em 10 anos. De acordo com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), a média diária de usuários dos ônibus urbanos passou de 218.740, em 2012, para 111.412 no ano passado.

    Em números absolutos, isso significa que 107.328 pessoas trocaram o transporte coletivo por outras opções de transporte na Capital. Por ano, isso representa 39,1 milhões de usuários a menos nos ônibus. No ano passado, de acordo com a prefeitura, o Consórcio Guaicurus transportou 40.665.563 pessoas, sendo 30,660 milhões de pagantes e 10 milhões de isentos.

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    Desde 2012, quando houve a polêmica e suspeita licitação para o transporte coletivo, o número de passageiros vem despencando ano a ano na Capital. A media de passageiros transportados por dia ficou abaixo de 200 mil pela primeira em 2017, quando foi de 186.611 usuários diários.

    A pandemia da covid-19, que incluiu suspensão do transporte coletivo e restrições para evitar a proliferação do coronavírus, agravou a situação. De acordo com a Agetran, neste ano, a média de passageiros dia caiu para 101.365 em 2020. Houve uma recuperação em 2021, quando a média subiu para 122.848 passageiros pagantes e isentos. No ano passado, nova queda, para 111.412 pessoas transportadas por dia.

    Vitória Loreane financiou uma moto para se livrar das duas horas dentro de ônibus na volta para casa (Foto: Divulgação)

    A vendedora Vitória Loreane Gonçalves Cardoso foi uma que abandonou o transporte coletivo. Ela se cansou de ser obrigada a gastar de 60 a 80 minutos para chegar no trabalho de manhã. Pior ainda era o retorno, quando passava até duas horas dentro do ônibus.

    No início, ela optou pela bicicleta. De bike, o percurso de 11 quilômetros da casa até o serviço era gasto em 45 minutos. A situação ficou melhor quando ela financiou uma motocicleta. O tempo de locomoção caiu para 25 minutos, tanto a ida como a volta.

    Apesar da demora, Vitória Loreane considera o serviço regular porque nunca teve problemas de veículo com mau funcionamento. “Somente pela falta de quantidade de veículos o suficiente, que gera a superlotação e consequentemente já vi muitas pessoas passarem mal dentro de um coletivo, e na pandemia também foi o meu maior medo, não havia distanciamento”, justificou-se.

    A queda no número de passageiros/dia

    2012 – 218.740

    2013 – 218.313

    2014 – 217.920

    2015 – 209.803

    2016 – 201.243

    2017 – 188.611

    2018 – 183.253

    2019 – 168.227

    2020 – 101.365

    2021 – 122.848

    2022 – 111.412

    Já a doméstica Marli Maria Gonçalves, 44 anos, continua usando o transporte coletivo para ir trabalhar diariamente. Ela conta que geralmente dorme no percurso entre o Jardim Los Angeles e o Bairro Vilas Boas, que demora em torno de 30 a 40 minutos. A situação melhorou porque a Agetran colocou uma linha direta. Antes da mudança, há dois anos, enfrentava veículos lotadíssimos e o percurso chegava a durar entre 1h e 1h20.

    A volta é mais complicada e demora mais. Caso consiga pegar o veículo às 15h40, ela consegue fazer um percurso mais tranquilo e sem lotação. No entanto, caso chegue atrasada, a situação se complica. “Aí a volta fica mais tensa”, conta. Marli defende mais ônibus nos horários de pico para melhorar o serviço.

    Patrícia reclama de ônibus velhos e falta de ar-condicionado (Foto: Arquivo)

    A operadora de caixa Patrícia Dias Gomes gasta 15 minutos para fazer o percurso que não demoraria mais de três minutos de carro. Na volta, caso não consiga pegar no horário, a demora pelo veículo faz com que a viagem dure uns 30 minutos, incluindo a espera e o tempo de percurso.

    Patrícia avalia que os veículos são velhos e não possuem ar-condicionado, uma promessa de campanha nunca cumprida pelos candidatos a prefeito da Capital. “Tem motoristas que dão uma arrancada para trocar a marcha e dá aquele solavanco. As portas não fecham direito e as poltronas fazem barulho”, descreve, sobre a precária situação dos coletivos.

    A Agetran e o Consórcio Guaicurus admitem a queda brusca no número de passageiros transportados na Capital. “Essa é uma situação que vem acontecendo por todo o Brasil e não apenas em Campo Grande, devido ao aumento do número de transportes auxiliares por meio de aplicativos, a facilidade de créditos para obtenção de veículos próprios, o incentivo a outros modais de locomoção como bicicletas, a descentralização dos Centros comerciais. Ou seja, a facilidade de encontrar serviços no bairro ou próximo ao local de moradia dos consumidores fez com que essas pessoas se concentrassem mais nesses locais”, avalia o órgão de trânsito.

    O consórcio enumera os motivos para a queda de 49% na média de passageiros transportados. “Elevado valor da passagem. Lotação. Falta de investimentos no sistema (aí incluídos também a parte do poder público, como terminais, corredores exclusivos, etc)”, avalia, citando os corredores que foram abandonados pela prefeita Adriane Lopes (Patri), como o da Marechal Deodoro, com muros construídos no meio da avenida.

    Corredor de ônibus saiu do papel para causar transtorno no trânsito com obra parada na Avenida Marechal Deodoro: falha do poder público (Foto: Arquivo/O Estado MS)

    “Novas plataformas de transporte e facilidade para aquisição de motocicleta”, acrescenta, sobre a chega do Uber, Indriver, 99, etc, e da facilidade na compra de motos e bicicletas elétricas.

    Apesar de considerar o valor de R$ 4,40 caro, o Consórcio Guaicurus chegou a pedir para quase dobrar o valor na Capital, com a tarifa a R$ 8. A prefeitura chegou a estimar o valor em R$ 7,79. Na última quinta-feira, o conselho de regulação aprovou a tarifa técnica de R$ 5,80. A expectativa é de que a prefeita eleve o valor dos atuais R$ 4,40 para R$ 4,65 a R$ 4,80. O valor ficará mais caro do que o Rio de Janeiro (R$ 4,30) e São Paulo, que ficou congelada em R$ 4,40.

    “A causa principal do valor da passagem em CG: gratuidade, que chegou a 32% dos passageiros transportados”, acrescenta o Consórcio Guaicurus. Outro problema é que com o desequilíbrio econômico-financeiro, as empresas não conseguem investir na qualidade dos ônibus.

    “Com o desequilíbrio econômico e financeiro das empresas, que inclusive estão na justiça para que isso seja regularizado, dada os constantes descumprimento e cláusulas pela prefeitura. Com o desequilíbrio, não tem como renovar frota e investir. Vira uma bola de neve. Uma coisa puxa a outra”, explica.

    Houve redução de 41% na média diária de quilômetros rodados pelos ônibus urbanos na Capital, de 105.039, em 2012, para 61.015 quilômetros/dia em 2021. “Sem demanda, reduz os km rodados. E com alta demanda, ocorre o contrário, as linhas são reforçadas. Mas a fuga de passageiros sobe ano a ano e piorou por conta da pandemia”, pontuou.

    “A pandemia também foi um reflexo que alterou o modo de vida do cidadão, com trabalhos em home office, busca por serviços mais próximos do local onde mora”, frisou, sobre a queda.

    Para a Agetran, não houve redução no número de ônibus nem de regiões atendidas. “Com a mudança no perfil de utilização e na quantidade de usuários foram feitas readequações para atender esse público, mas continuam atendendo os mesmos locais”, garante.

    Mulheres já fizeram protesto contra a superlotação na Capital (Foto: Arquivo)

    Pinga fogo com a Agetran

    1 – Nos últimos dez anos, houve queda expressiva no número de passageiros no transporte coletivo da Capital, de 218 mil para 111 mil por dia. Quais as causas da queda?

    Essa é uma situação que vem acontecendo por todo o Brasil e não apenas em Campo Grande, devido ao aumento do número de transportes auxiliares por meio de aplicativos, a facilidade de créditos para obtenção de veículos próprios, o incentivo a outros modais de locomoção como bicicletas, a descentralização dos Centros comerciais. Ou seja, a facilidade de encontrar serviços no bairro ou próximo ao local de moradia dos consumidores fez com que essas pessoas se concentrassem mais nesses locais.

    A pandemia também foi um reflexo que alterou o modo de vida do cidadão, com trabalhos em home office, busca por serviços mais próximos do local onde mora.

    Em Campo Grande não é diferente

    2 – Por que houve redução de quase pela metade na quantidade de quilômetros rodados pelos ônibus? Houve redução no número de veículos, linhas ou área de abrangência?

    Com a mudança no perfil de utilização e na quantidade de usuários foram feitas readequações para atender esse público, mas continuam atendendo os mesmos locais.

    3 – Em tempos de transporte por aplicativos, como melhorar a qualidade do transporte coletivo e torna-lo atrativo para a população?

    Só para citar um exemplo, a implantação de corredores de ônibus que faz com que o tempo de viagem diminua e aumente a confiabilidade do usuário quanto ao tempo de chegada e de partida do transporte coletivo.

    A modernização das estações de embarque com tomadas, iluminação, trazendo mais conforto e segurança aos usuários. 

    4 – Por que os veículos não andam com ar-condicionado em Campo Grande? Há esta perspectiva?

    O contrato de concessão na época em que foi feito, não previu ar condicionado nos ônibus, mas a prefeitura da Capital vem trabalhando para colocar mais veículos com ar condicionado em circulação, a fim de trazer mais conforto aos passageiros.

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