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    No Divã em Paris – A culpabilidade na política sentimentalista

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt04/03/20234 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris

    No pensamento de Nietzsche, “a culpabilidade se inscreve no âmbito geral da problemática da cultura, que faz de toda a atividade humana uma interpretação elaborada sobre a base de uma série determinada de valores.” E a moral não escapa desta regra.

    É necessário recolocar esta reflexão na ansiedade daqueles que achavam ter encontrado a razão de viver, mesmo sendo falso e mentiroso, na pessoa sem carisma, odiosa no discurso daquele que ocupou o cargo parlamentar durante quase três décadas. O discurso moral, raivoso, aos inimigos da cultura, casou o elo da fé enganosa, neopentecostal, disposta a realmente odiar nas propostas “pseudo religiosas”.

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    A vida é efêmera. O que nos faz reconhecer a moralidade esdrúxula, sem sentido, descabível de senso ou de razão, paira na repetição sem leitura nem crítica, mas com a única finalidade de fazer mal. O Brasil não pode nem deve se tornar numa republiqueta de banana, muito menos abrir os braços aos aliados do ex-candidato do golpe com o sentimentalismo cristão pra perdoar.

    O crepúsculo dos ídolos é falso, diria Nietzsche, se o sorriso amarelo vier embalsamado de palavras vazias e moralistas, como se fosse pela família, Deus, a pátria e a liberdade, pois a moral não passa de uma interpretação de alguns fatos sociais e ela não torna melhor a humanidade. 

    Às duras penas o país saiu de uma ditadura, um período de chumbo, sem punir os generais e traíras civis que caminharam de terço nas mãos pedindo o fim de um regime inexistente no Brasil. Agora, em nome dessa falsidade moral religiosa, os mais incultos analfabetos, verdadeiros inimigos da escola e da ciência, gritavam enrolados na bandeira como se fosse papel higiênico, um pesadelo em nome do patriotismo.

    Não há idiotice maior, nem clínicas psiquiátricas capazes de aceitar QI de tão baixo nível. A culpabilidade está interligada à moral, e que segundo Nietzsche, “é uma interpretação, uma leitura a ser rejeitada porque é desonesta, deforma a natureza das coisas que acontecem”. Até parece que Nietzsche escreveu aos bolsonaristas.

    O sentimento de culpa no Brasil, em termos de ajuste de contas, é ter pego o caminho do sentimentalismo para perdoar os malfeitores. Mas se a história fosse sempre recontada aos mais novos, o emburrecimento não teria, talvez, tanta eficácia e ocorrido de forma massiva ao negar o passado para jogar confetes a quem compactua com a morte, a dor, a tortura, a mentira.

    O sentimento de culpabilidade pode trazer a compreensão, mas não basta, é preciso distinção, como diria Pierre Bourdieu. Esta distinção fez falta aos eleitores que votaram em massa, mas não o suficiente, no candidato fujão. 

    O indivíduo eleitor que se diz “crente” e não enxerga a hostilidade, a crueldade, o prazer sádico em cada palavra que saiu da boca do indecente ex-presidente, engole a selvageria de uma extrema direita neoliberal faminta por popularidade como se fosse a aparição do messias, mas o falso, lógico.

    Os eleitores têm obrigação de reconstruir a vida sem o complexo de culpa por ter sido enganado pelo tosco com ajuda do setor econômico e judiciário. O caráter de quem fez ameaça de jogar bomba no Exército é destruidor e ele não mudou nada, somente ajudou as pessoas de personalidade sombria a assumir seu lado mais egoísta.

    A maior alegria e motivo de júbilo desta semana é o lugar da Mulher honrada, Arielle Franco, numa de revista de renome internacional. É possível que as outras (Regina Duarte, Damares, Michele e cia de bolsonaristas) mordam o cotovelo de inveja e culpa por terem apostado no ódio e mantido a cegueira social.

    Faltou lucidez e engajamento com a verdade àquelas que envergonharam o mandato presidencial que acabou. Felizmente brotou a esperança de um novo tempo, nova primavera, outros ventos.

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

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