O juiz Marcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, marcou para os dias 10 e 17 de abril as audiências de instrução e julgamento contra os acusados de fazerem parte do núcleo conhecido como “Sintonia dos Gravatas” e a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
As audiências serão por videoconferência,entre às 13h30 e 18h, e o magistrado determinou a condução coercitiva da advogada e testemunha Luciana Abou Ghattas, conforme publicação no Diário da Justiça desta terça-feira (7).
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O processo é resultado de denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) decorrente da Operação Courrier, deflagrada em 25 de março de 2022. As investigações descobriram o envolvimento de advogados com o PCC, e sete réus são acusados de associação criminosa, corrupção ativa e violação de sigilo funcional.
Durante a operação no ano passado, os agentes prenderam seis advogados, um policial penal, um servidor judiciário e um servidor da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. Todos com algum tipo de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção organizada que atua dentro e fora dos presídios brasileiros e também na linha de fronteira com o Paraguai.
De acordo com o Gaeco, o grupo estaria articulando atentados contra a vida de agentes públicos, entre eles o promotor do Gaeco e um juiz de Direito de Campo Grande.
Na segunda fase da ação, a Operação Maître (Mestre), o Gaeco cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Campo Grande, aplicou medidas cautelares diversas de prisão e afastou um defensor público, no início deste mês de março.