O Shopping Norte Sul também ingressou com ação na Justiça para pedir o despejo imediato das lojas Marisa, que acumula dívida de R$ 698,7 mil em alugueis e condomínios atrasados. Bola vez na crise das grandes lojas de departamento, o grupo corre risco de ser despejado do Shopping Campo Grande, o primeiro a pedir o despejo na Capital.
Conforme a ação protocolada na quarta-feira (5), a Argopar Empreendimentos e Participações, administradora do Shopping Norte Sul, e a Hannah Engenharia ingressaram com ação de despejo pelo não pagamento de alugueis desde fevereiro deste ano. No total, a Marisa pode ser obrigada a pagar R$ 869,9 mil.
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De acordo com o advogado Douglas de Oliveira Santos, o contrato foi firmado em 3 de novembro de 2009 com a previsão de pagar R$ 25,8 mil por mês de locação. Atualmente, a empresa paga R$ 70 mil de aluguel, R$ 52,6 mil de encargos e R$ 1,2 mil de fundo. O total atrasado soma R$ 698.576,33.
“Neste diapasão, o descumprimento das obrigações pactuadas no contrato de locação por parte dos Réus é razão suficiente para a propositura da presente demanda, quanto mais perante situação na qual é patente que não há qualquer pretensão em saldar a dívida e cumprir com o acordado”, pontuou.
“O inadimplemento dos Réus é incompatível com os princípios da boa-fé, função social do contrato, cooperação e lealdade que devem reger as relações negociais e obrigacionais, inclusive locatícias, ex vi do art. 422 do Código Civil”, destacou.
O shopping pede tutela de urgência para obrigar a Marisa a desocupar o salão comercial em 15 dias. O pedido será analisado pelo juiz Flávio Saad Peron, da 15ª Vara Cível de Campo Grande.
O pedido do Shopping Campo Grande foi feito no dia 12 de maio deste ano. A empresa deve R$ 869,9 mil em alugueis e condomínio no centro comercial. Em maio, a juíza Sueli Garcia Saldanha, da 10ª Vara Cível, deu 15 dias para a Marisa se manifestar ou quitar os alugueis.
Com três unidades na Capital, a Marisa, por enquanto, só não enfrenta problema com a unidade localizada na Rua Dom Aquino, no Centro. Esta é a única que não enfrenta pedido de despejo por falta de pagamento de aluguel.
Em todo o País, o grupo enfrenta outras ações de cobrança de alugueis atrasados, que somam R$ 10,1 milhões. A empresa fechou o primeiro trimestre com prejuízo de R$ 149 milhões, contra R$ 90 milhões no mesmo período do ano passado.
O calote nas locações e a dívida monstruosa levaram alguns credores a pedir a falência da Marisa na Justiça. A empresa trocou o CEO. Adalberto Pereira dos Santos renunciou ao cargo e o novo dirigente é João Pinheiro Nogueira Batista, que começou com uma medida radical, o fechamento de 91 lojas para economizar R$ 62 milhões.