O JacaréO Jacaré
    Facebook Instagram Twitter
    O Jacaré O Jacaré
    • Início
    • Últimas Notícias
    • Sobre o que falamos
    • Nosso Livro
    • Converse com a gente
    Home»Campo Grande»Na luta do povo terena para construir a primeira aldeia urbana do País, a luta de Auxiliadora
    Campo Grande

    Na luta do povo terena para construir a primeira aldeia urbana do País, a luta de Auxiliadora

    Sandra Luz, de PortugalBy Sandra Luz, de Portugal25/08/20234 Mins Read
    Facebook Twitter WhatsApp Telegram Email LinkedIn Tumblr
    WhatsApp Facebook Twitter Telegram LinkedIn Email

    Quando Maria Auxiliadora Bezerra estava com cinco anos, embarcou em uma viagem que acabaria por transformar não apenas o rumo da própria família, mas de Campo Grande. Ao lugar de onde saiu, a aldeia Limão Verde, em Aquidauana, não voltariam nem ela, nem os seis irmãos e nem a mãe, a cacique Enir Terena (1955 – 2016). “Nasci na Limão Verde e sou a mais velha dos irmãos. Enquanto minha mãe trabalhava em empregos formais ou nos movimentos populares, ajudava a cuidar dos pequenos”.

    Nas recordações de ser a filha da primeira cacique mulher terena de Mato Grosso do Sul, Auxiliadora carrega orgulho e superação, características adquiridas pela vivência privilegiada com a mulher cuja voz projetou Campo Grande para o mundo.

    Isso aconteceu porque a luta de Enir Terena teve como resultado a primeira aldeia urbana do Brasil. “Em 1995, minha mãe reuniu algumas famílias. Juntas, as famílias ocuparam uma área de cinco hectares na região do bairro Tiradentes. Não foi nada fácil, pois a notícia que corria era a de que índios invadiram terras na região”.

    Veja mais:

    Enquanto a cidade dorme, Matusa cultiva o alimento diário do campo-grandense

    Pacote de obras do aniversário de Capital terá R$ 118,2 milhões do Governo do Estado

    CPI mostrará MST como grande produtor de comida, diz Pimenta

    A área de terra, contudo, pertencia à Funai (Fundação Nacional do Índio), uma autarquia do governo federal. Na época em que a ocupação foi reconhecida como aldeia, 1999, Auxiliadora tinha 27 anos, e viu a materialização da luta pela sobrevivência dos povos indígenas, em todos os espaços e, não apenas, naqueles situados no campo, bem distante dos olhares urbanos. 

    “Na madrugada do dia 09/07/1995 chegaram  20 famílias, que moravam em diversos bairros de Campo Grande e, com muitas dificuldades, por isso aceitaram vir lutar em busca de uma moradia. Muitos preconceitos foram vividos e vencidos.  A comunidade indígena urbana Marçal de Souza hoje é uma  realidade”.

    Embora a atuação tivesse na cabeça uma Terena, o nome de um cacique da etnia Guarani foi escolhido para batizar a primeira aldeia urbana do País. Marçal de Souza foi assassinado em 1983, em uma emboscada armada por fazendeiros. Nas páginas do Jornal do Brasil, na época, a nota sobre o tema fala mais de Marçal, o guarani amigo dos Terena, que dos criminosos, que seriam descobertos depois.

    Também Marçal de Souza não poderia imaginar que a atuação da terena Enir, seus filhos e parentes, gestaria o modelo de aldeias indígenas urbanas único no País, contemplando as principais etnias encontradas em Mato Grosso do Sul. Entre as aldeias estão a Água Bonita, Darci Ribeiro, Tarsila do Amaral, além dos assentamentos urbanos Santa Mônica e Indubrasil.

    Ao lado da mãe, Auxiliadora engrossou a luta pelos direitos dos indígenas em Campo Grande (Foto: Arquivo Pessoal)

    Auxiliadora, que mora na Marçal de Souza, destaca que os agrupamentos urbanos que formaram as aldeias representam a continuidade do trabalho de garantia dos direitos indígenas. “Ainda hoje há muita discriminação. Minha mãe nunca negou que existisse (o preconceito), mas me ensinou a lutar contra”, lembra.

    “Entre as principais conquistas para a Marçal estão 115 casas para as famílias, mas também há o trabalho com a educação. A escola tem uma grade curricular diferenciada, com disciplinas sobre Arte e Cultura Indígena e, também, sobre a Língua Terena. Temos rede de  esgoto asfalto para toda a comunidade”.

    A própria Auxiliadora já foi professora da escola local, função que encontrou para ficar mais próxima ainda dos ensinamentos da mãe, como uma frente de trabalho generalista pela causa indígena. “A educação foi a forma que encontrei de estar junto com a luta que ela sempre valorizou. Nunca deixei de acompanhar minha mãe em diversas reuniões, movimentos e ações envolvendo a comunidade”.

    Com a oportunidade, a funcionária pública se enxerga como alguém que pode fazer a diferença. “Conviver com minha mãe me fez o que sou hoje, e aconteceu o mesmo com meus filhos. Lembro de uma vez em que faltou energia elétrica e ela explicou ao meu filho como era a iluminação na época em que ela era criança. Isso foi enriquecedor”.

    Os filhos Sâmara, com 25 anos, e Kauhê, 16, estão entre os responsáveis em levar o legado que faz também de Campo Grande, uma cidade privilegiada pela convivência com a comunidade indígena. “Ser mãe de indígena é transmitir aos filhos nossos costumes, danças, e tradições e, também, acompanhar a evolução do mundo não indígena sem nunca deixar nossas origens. Fui preparada por minha mãe no dia a dia, todos dias, com exemplos bons conselhos e vivências”.

    Auxiliadora abraçou a carreira docente por influência da mãe (Foto: Arquivo Pessoal)

    aldeia urbana Campo Grande 124 anos campo grande ms enir bezerra marçal de souza nossa política povo terena

    POSTS RELACIONADOS

    MPE cobra suspensão de repasses à FFMS mesmo com acordo para pagamento de R$ 128 mil

    MS 09/06/20254 Mins Read

    Obra de revitalização da antiga rodoviária encalha e prefeitura adia conclusão pela 3ª vez

    MS 09/06/20252 Mins Read

    Pedidos de desbloqueio de R$ 43 milhões e terrenos no Damha de André vão ao STJ

    MS 09/06/20253 Mins Read

    Petistas celebram feito “histórico” de Lula na França e bolsonarista detona gasto com hotel

    MS 08/06/20254 Mins Read

    Comments are closed.

    As Últimas

    Cid: Bolsonaro buscava fraude nas urnas para justificar intervenção

    BR 09/06/20253 Mins Read

    MPE cobra suspensão de repasses à FFMS mesmo com acordo para pagamento de R$ 128 mil

    MS 09/06/20254 Mins Read

    Cid confirma que Bolsonaro presenciou apresentação de minuta golpista

    BR 09/06/20253 Mins Read

    Câmara vai declarar perda do mandato de Zambelli, diz Motta

    BR 09/06/20254 Mins Read

    A verdade que você não lê por aí!

    Siga nossas redes:

    Facebook Twitter Instagram
    O Jacaré
    • Início
    • Últimas Notícias
    • Sobre o que falamos
    • Nosso Livro
    • Converse com a gente
    Categorias
    • AGRO
    • BR
    • Campo Grande
    • charge
    • JORNALISMO INVESTIGATIVO
    • Livro
    • MS
    • Mundo
    • Opinião
    • Seu Bolso
    © 2025 Todos os direitos reservados.

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.