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    No Divã em Paris – Rimbaud e a revolução da poesia

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt16/09/20234 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris

    Arthur Rimbaud é o jovem natural da cidadezinha simplória, sem história, sem luzes nem gente de grande reputação, Charleville-Méziéres, distante 223 quilômetros da capital. Gênio na arte poética, o que mais Rimbaud desejava era estar em Paris e deixar a vida camponesa relativamente pacata e abastada. Era um pequeno monstro dedicado no latim, na retórica, singular como o vento e a cascata.

    Rimbaud vem do nada e alimenta sua legenda pelo absurdo, é um andarilho na linguagem de Albert Camus. A arte dos versos e das rimas foram constantes em plena puberdade, a literatura francesa via nele um meteoro reluzente sem falhas.

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    A liberdade era o troféu que mais almejava. Lia e acompanhava a maravilhava dos escritos de Charles Baudelaire, Victor Hugo, Etienne Mallarmé e sobretudo Paul Verlaine, mas a leitura das Confissões, de Rousseau, o colocava de alma nua diante do espelho. Em sua primeira fuga pra Paris, ao desembarcar na cidade luz, ele não tinha o bilhete do trem a vapor, por isso foi preso como infrator.

    Com a guerra da França contra a Prussia em plena expansão e os atos marxistas da Comuna de Paris, ele se torna anarquista. Rimbaud adorava os devaneios lúcidos da poesia de Verlaine, de quem se tornou amante nas noites regadas de opio e álcool, ele voava em seus versos. Mas Verlaine era casado com Mathilde, para a época era inconcebível abandonar o lar por um homem, pois vivia cercado de seu círculo literário dos parnassianos, e era também o tempo dos impressionistas.

    Os autores mais completos do impressionismo ficaram abismados com a cor, a luz e a lucidez traduzidas por Rimbaud, mas nem tudo era cor de rosa entre poetas e pintores, porque a poesia rasga o verbo e a moral já hipócrita para a época estava na aparência das pessoas.  

    Mas suas primeiras publicações não têm reconhecimento do público e ele amarga a espera de mais de quatro anos. Com a ajuda de Verlaine e Mallarmé, seus textos começam a entrar no círculo da literatura e obter sucesso. Bem mais tarde, Rimbaud ganha o lugar de honra como fundador da poesia moderna.

    O poeta foi também enxovalhado de críticas universitárias, mas pouco importa, Rimbaud tinha brilho, estilo, graça, dom na escrita, no latim, na retórica e na imaginação. O coração e a razão estavam na tinta que chorava sua caneta. O amor por Verlaine, a fuga para a Belgica, Londres, as brigas, as drogas, o alcoolismo, o tiro dado em Rimbaud levou seu amante para a prisão.

    Rimbaud abandona precocemente a poesia, perambula por Chipre, Egito, se instala na Etiópia, se converte ao islã, vira negociante de café e traficante de armas.  Era a busca desvairada à procura de si mesmo.

    Já não havia rastros de sua vida mundana no consumo de drogas e dos lençóis suados em noites boêmias. Rimbaud estava em Marselha a viver seus últimos instantes aos 37 anos. A vida é efêmera, contém uma grama de sentido e de lembranças que ficam. Rimbaud tinha imaginação, cores na fantasia das frases, rima, evolução e revolução nas ideias, tudo escrito até os 19 anos. As desavenças do casal Verlaine e Mathilde eram alimentadas pela polícia secreta que os acusava de participar da Comuna de Paris e indiretamente para jogar cinza na reputação poética de Rimbaud que descreveu a miséria da calça furada e do paletó surrado assim como uma estação no inferno.

    A morte também ganhou palavras suscintas que a lápide não resume o sentido de viver.  

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

    filosofia MÁRIO PINHEIRO NO DIVÃ EM PARIS opinião REFLEXÃO

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