O senador Nelsinho Trad (PSD) anunciou nesta segunda-feira (11) que vai votar contra a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal. Com isso, a bancada de Mato Grosso do Sul deve ter maioria para rejeitar a indicação do presidente Lula (PT) ao STF. No entanto, o Palácio do Planalto estima ter votos suficientes para garantir a aprovação.
Ex-ministra de Agricultura de Jair Bolsonaro (PL), a senadora Tereza Cristina (PP) deve acompanhar Nelsinho e se opor à indicação de Dino. Já Soraya Thronicke (Podemos) faz mistério e não anunciou como vai votar.
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“Eu penso que deveria ser um magistrado, um juiz que tenha uma atuação mais forte no campo do Direito, no campo da magistratura. Uma vez que o indicado se enveredou pro lado da política. Foi governador do Maranhão duas vezes, se elegeu senador. O sucesso na área política dele parece maior e melhor do que no campo jurídico. Em função disso, eu entendo que essa escolha poderia ter sido diferente. Por isso, vou votar contra”, explicou Nelsinho, em entrevista à Rádio Nova 106 News.
Desta maneira, Nelsinho Trad volta a se posicionar contra o posicionamento do governo Lula, sendo que seu partido, o PSD, faz parte da base do presidente. O histórico de traições teve início na eleição da Presidência do Senado, no início deste ano, quando o ex-prefeito de Campo Grande votou em Rogério Marinho (PL-RN), em vez do correligionário Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Apesar das críticas de Nelsinho, o senador Weverton Rocha (PDT-MA) apresentou o relatório da indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. No documento de três páginas, o parlamentar recomenda que o Senado aprove a indicação. O pedetista também fala sobre o currículo de Dino e faz elogios à escolha dele para o cargo.
“Trata-se de uma figura reconhecida e admirada nos mundos jurídico e político. Ex-professor de duas universidades federais (UFMA e UnB), mestre em Direito, ex-juiz, senador, ministro de estado, ex-governador, alguém que teve experiências exitosas no exercício de funções dos três poderes da República”, justifica Weverton em seu parecer.
A previsão é que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado faça a sabatina de Dino no próximo dia 13 de dezembro. O ministro da Justiça também vai passar por votações na comissão e no plenário do Senado.
É necessário o apoio de pelo menos 41 senadores para que Dino seja confirmado no cargo. O relator avalia que a indicação já tem o apoio de pelo menos 50 parlamentares.