A senadora Tereza Cristina (PP) está sendo alvo da fúria de bolsonaristas por ter faltado ao ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), no último domingo (25). A ex-ministra de Agricultura justificou a ausência por “razões de saúde”, mas participou de encontro com produtores rurais e empresários dois dias após a manifestação, o que lhe garantiu a alcunha de “traíra”.
Os aliados de Bolsonaro que não compareceram à manifestação convocada por ele foram atacados nas redes sociais. Tereza havia sido poupada, entretanto, a situação mudou após vir a público que ela participou, na terça-feira (27), de reunião na Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).
Veja mais:
Alvo da PF por financiar ataques de 8 de janeiro, bolsonarista perdeu 2 eleições e não tem patrimônio
Lesa Pátria: PF cumpre dois mandados de apreensão e põe tornozeleira em um em MS
STF condena morador de Maracaju a 17 anos pelos ataques de 8 de janeiro, o 4º de MS
Mesmo ausente, Tereza chegou a ser elogiada pelo ex-presidente em seu discurso na Paulista como uma das boas indicações a ministérios de seu governo, na Agricultura. Com agenda pública dois dias depois da manifestação, porém, bolsonaristas passaram a compartilhar fotos da senadora na reunião e tachá-la de “traíra”.
“Não pode estar com o Bolsonaro na Paulista no domingo, mais pode estar com essa turma hoje? Como disse Jair Bolsonaro ao postar uma foto dele com seu saudoso pai segurando um peixe: ‘Desde criança estou acostumado a lidar com traíra’”, diz a montagem compartilhada em grupos bolsonaristas.
Antigos e novos aliados do ex-presidente participaram da manifestação em São Paulo, entre eles os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
Tereza Cristina informou nas redes sociais, dois dias antes do protesto, que não iria à Paulista “por razões de saúde”. Durante a manifestação, ela fez outra publicação, classificando o ato como “um verdadeiro congraçamento verde-amarelo”, dizendo-se “solidária” a Bolsonaro e pregando a necessidade de “pacificar o país”.
A ex-ministra de Agricultura agora é comparada a outros ex-bolsonaristas que caíram em descrédito, como a ex-deputada federal Joice Hasselmann e a senadora Soraya Thronicke (Podemos), que foi eleita na onda bolsonarista de 2018, mas abandonou o barco anos depois e passou a ser crítica de Jair Bolsonaro.
Apesar do ataque, Tereza Cristina é favorita para angariar o apoio de Jair Bolsonaro à reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP) em Campo Grande, em detrimento a membros do próprio partido, o PL, que pedem um “legítimo representante” da direita na Capital.