O interrogatório do 7º integrante do grupo que roubou a suposta propina destinada a Polaco falhou pela 2ª vez e a conclusão do julgamento dos réus só deverá ser concluído no dia 20 de maio deste ano. A simulação de um assalto para pegar R$ 300 mil, que seria para comprar o suposto silêncio do corretor de gado José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco, completou seis anos, já que ocorreu no dia 27 de novembro de 2017 na BR-262.
Conforme despacho da juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, o interrogatório de Fábio Augusto de Andrade Monteiro, deverá ocorrer no próximo dia 20, a partir das 15h. Os demais réus pelo roubo foram dispensados de participar da audiência de instrução e julgamento.
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O processo tramita em sigilo desde o início. Em despacho anterior, publicado no ano passado, a magistrada marcou o depoimento de Fábio para o dia 8 de novembro. A juíza May Melke já havia aberto, na época, o prazo da defesa e deu nova oportunidade para o réu ser ouvido sobre o suposto roubo.
O crime é um dos mais surreais da história política de Mato Grosso do Sul. O advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do então governador Reinaldo Azambuja (PSDB), foi citado como mandante do roubo da propina. Ele foi denunciado por três promotores de Justiça. A magistrada rejeitou a denúncia contra o herdeiro tucano, mas a ação penal foi aceitada por unanimidade pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Rodrigo e Reinaldo denunciaram o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira no Conselho Nacional do Ministério Público por suposta perseguição. Ele acabou se livrando da denúncia. Conhecido como “xerife” do MPE, ele acabou pedindo para sair da promotoria. O novo titular, Fábio Ianni Goldfinger assumiu o processo e pediu a absolvição de Rodrigo por falta de provas. A juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna absolveu o advogado.
Só que a ação contra os seis acusados de roubar a propina segue morosamente na 4ª Vara Criminal. Conforme a denúncia, Luiz Carlos Vareiro foi contratado para roubar a propina. O intermediador teria sido o sargento da Polícia Militar Hilarino Silva Ferreira, o Lino, e o despachante David Cloky Hoffman Chita.
Jozué Rodrigues das Neves, o Cezar Cantor, Vinícius dos Santos Kreff, Jefferson Braga de Souza, o Neguinho e Fábio Augusto de Andrade Monteiro foram contratados para praticar o assalto. Eles renderam o comerciante Ademir José Catafesta na BR-262, perto de Terenos, e roubaram o carro e o dinheiro, na tarde do dia 27 de novembro de 2017. O crime só foi registrado na Polícia Civil no dia seguinte.
Em dezembro, o Batalhão de Choque recuperou o veículo e desvendou o crime. O comerciante tinha dito que perdeu o carro e R$ 9 mil no assalto. Somente com a investigação, o MPE descobriu que o montante roubado teria sido de R$ 300 mil.
Os promotores apontaram que Catafesta pegou a grana no estacionamento do Supermercado Comper da Rua Joaquim Murtinho, no Centro. Polaco temia pela sua vida e enviou o comerciante de Aquidauana para pegar o dinheiro.
Rodrigo Souza e Silva sempre negou ter articulado o suposto roubo. Reinaldo também saiu em defesa do filho.
Vareiro chegou a ter a confissão do crime gravada em vídeo, que foi tema de reportagem do Fantástico, da TV Globo.
Os réus pelo roubo da propina são:
Pedreiro Luiz Carlos Vareiro
Sargento da Polícia Militar Hilarino Silva Ferreira, o Lino
Despachante David Cloky Hoffamam Chita
Músico Jozué Rodrigues das Neves, o Cezar Cantor
Autônomo Vinícius dos Santos Kreff
Jefferson Braga de Souza, o Neguinho
Fábio Augusto de Andrade Monteiro