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    Em meio a tabu acerca do assunto, seguem altos casos de suicídios envolvendo policiais em MS

    Especial para O JacaréBy Especial para O Jacaré28/04/20248 Mins Read
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    Celso Bejarano
    Oficial da PM, Leonardo integrava o Batalhão de Choque e surpreendeu família e amigos com o suicídio (Foto: Arquivo)

    Entre sábado e domingo (21) passados, dois agentes de segurança – um oficial da Polícia Militar e um guarda civil metropolitano – morreram vítimas de suicídio, em Campo Grande, segundo as investigações iniciais. Os dois episódios ocorreram na casa dos policiais.

    Assunto em questão, mortes de policiais por suicídios, é um tabu entre as autoridades da segurança pública. Pouco se fala do tema. Depressão e endividamento distinguem-se como prováveis causas das tragédias.

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    Não é de hoje que Mato Grosso do Sul destaca-se quando o assunto tratado tem a ver com servidores da segurança pública que atentaram contra suas próprias vidas.

    Em julho do ano passado, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou um estudo indicando que MS, em 2022, sobressaiu como o estado brasileiro que ficou com a maior taxa de suicídios. No ano anterior, em 2021, foi a mesma coisa, isto é, o estado manteve-se no topo.

    No levantamento do Fórum, a trágica estatística leva em conta ocorrências de suicídios entre os policiais civis e militares. Pela pesquisa, aqui em MS, em 2021, três policiais mataram-se. No ano seguinte, em 2022, quatro se suicidaram.

    Debater o assunto com as autoridades da segurança pública estadual é tarefa difícil. Reportagem de O Jacaré, por dois dias, quis conversar sobre o assunto, mas pouco avançou. Em e-mails disparados às assessorias de imprensa da polícia civil e militar, uma respondeu. E pela metade. A reportagem quis saber sobre dados estatísticos e como as chefias das instituições tratam o assunto.

    A assessoria militar respondeu uma das questões. Sustentou que: “os integrantes da PMMS [doentes] são assistidos pela Policlínica da PMMS e por Psicólogos do Fundo de Assistência à Família Policial Militar de acordo com a necessidade clínica de cada paciente”.

    Já a assessoria da Polícia Civil nada se manifestou. Informou, contudo, que mantem reservas acerca da temática por entender que noticiar um caso de suicídio pode “encorajar” novos episódios.

    Prováveis causas dos suicídios

    Fabrício de Carvalho Moura, subtenente da Polícia Militar, na corporação desde o início dos anos 2000, preside a ACS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares de MS), entidade integrada por ao menos 4 mil militares, entre ativos e aposentados, disse que “variáveis” situações aparecem como prováveis causas de mortes por suicídios entre os policiais, entre as quais endividamento, problemas familiares, e, por consequência, a depressão.

    Antes de passar sua impressão do que acha motivar os suicídios, Moura, como Fabrício é mais conhecido, ele narra sobre o último episódio que vitimou o capitão Leonardo Luís Mense Rodrigues, 35 anos de idade, achado morto, em casa, no sábado passado.

    Moura, da associação da PM: “O trabalho da PM não é fácil“

    O oficial era casado com uma tenente da PM e pai de um filho pequeno. Moura disse que o militar ingressou na PM tão logo deixou o Exército, com vinte e poucos anos de idade. O então capitão foi para Brasília, onde concluiu um curso de especialização, conhecido como Caveira, um dos mais intensos da corporação.

    Depois disso, ingressou na PM, em Campo Grande. Capitão Mense era comandante da Rotac, Rondas Ostensivas Táticas e Ações de Choque e, também, chefe do setor de relações públicas da PM de MS.

    “Parecia não enfrentar transtornou nenhum. Nunca imaginávamos que isso poderia acontecer com ele [capitão]”. Moura, o presidente da ACS afirmou que não tem como apontar, de fato, um motivo certo acerca das mortes por suicídio entre os policiais.

    “Não é só a carga de trabalho [motivos]. Em nossa corporação temos policiais endividados, com problemas emocionais, de família, dependentes alcoólicos. Isso tudo afeta”, afirmou o subtenente.

    Moura afirmou que de dois anos para cá, militares com problemas depressivos contam com a ajuda de médicos psiquiátricos e psicólogos e isso “tem ajudado muitos”.

    O chefe da ACS contou ainda que os militares convivem, também, com a dura rotina de trabalho, entre elas o chamado cumprimento de meta, uma das tarefas na corporação. “Se a casa [lar] está bem o trabalho junto à sociedade vai bem. O trabalho da PM não é fácil”, disse Moura.

    Moura afirmou, ainda, que hoje em dia, a corporação tem recebido benefícios que antes não existiam e tornava o dia a dia dos militares ainda mais pesados.

    Suicídio é câncer da alma, diz doutora em psicologia

    Mônica Leimgruber, doutora em Psicologia, com curso sobre prevenção ao suicídio, disse, entre outras coisas, em entrevista ao O Jacaré, como um paciente deve ser enxergado e tratado. Ela atua em Campo Grande. Leia trechos.

    O Jacaré – Existe perfil suicida?

    Mônica – Não há essa questão de nascer com perfil suicida. A ideação suicida pode ocorrer com qualquer pessoa que esteja acometida de uma desordem psíquica, doença mental, principalmente a depressão.

    O maior problema que se enfrenta é a questão do tratamento! A dificuldade das pessoas irem buscar um tratamento que, nesses casos, necessitam ser com psiquiatra e psicólogo.

    Além de cuidados com saúde física, com alimentação.

    O Jacaré – Estresse, trabalho pesado, caso das tarefas tocadas por policiais, contribui com a questão dos suicídios… Seria, então, mais comum um policial militar se matar do que outro profissional, por exemplo?

    Mônica – Essa questão na literatura não existe. A propensão é maior em pessoas que tenham sintomas depressivos, depressão propriamente dita, tem haver [suicídio] com uma doença psíquica que leva primeiro a ideação suicida!

    Ou algum uso de substância estimulante que também pré dispõe a sintomas depressivos!

    Cargas de estresse elevadas podem levar a depressão. E depressão quando não cuidada, não tratada, leva a ideia de suicídio [por que a pessoa não vê saída para o problema, ela na realidade não quer se matar e, sim, aliviar sua dor.

    Costumo dizer que a depressão é o câncer da alma. Com a diferença de que as pessoas em geral negligenciam a importância do tratamento! O trabalho policial é de fato estressante e tem estudos que afirmam que o nosso estado tem um número elevado de suicídios nessa área profissional.

    Mas cada pessoa tem a sua singularidade, sua motivação pessoal que a levou a pensar no suicídio como uma saída para seus problemas.

    Esse pensamento vem com a doença, com o mal causado pela depressão! Por ser uma doença de ordem emocional, psíquica, psicológica, há muito julgamento inclusive da própria pessoa que acredita que é uma fraqueza e que buscar ajuda profissional demonstre essa fraqueza.

    Cada caso tem que ser avaliado em sua individualidade. O que posso afirmar é que a depressão mata! Que é preciso buscar tratamento da mesma forma de quando se descobre que está com um câncer e você precisa urgentemente tratar-se para viver.

    A doença pode surgir em qualquer momento da vida de uma pessoa: inicia com sintomas depressivos, que se não tratados evolui para depressão. Lembrando que alguns remédios causam sintomas depressivos, a falta de vitamina D por exemplo. O ser humano é complexo e deve ser avaliado e cuidado em sua complexidade de existência humana

    Algo muito importante é buscar fazer uma avaliação psicológica quando se percebe os primeiros sinais de sintomas depressivos. Para se avaliar hipóteses de diagnóstico e se necessário encaminhar para tratamento psiquiátrico e psicológico.

    O Jacaré – É possível evitar o suicídio, então, tem cura?

    Mônica – Tem cura, sim. O tratamento é fundamental.

    “A doença pode surgir em qualquer momento da vida de uma pessoa”, diz Mônica

    Cuicados ao noticiar

    A imprensa também impõe um trato diferenciado ao noticiar casos de suicídios. Há, inclusive, uma regra aconselhada pela Organização Mundial de Saúde, que elencou dez situações, veja:

    Dez recomendações

    • Evitar descrever o suicídio como inexplicável e esclarecer os sinais de alerta;
    • Evitar glorificar ou romantizar o ato do suicídio e tentar apresentar uma história equilibrada sobre a pessoa;
    • Evitar incluir o método, local ou detalhes da pessoa que faleceu e limitar as informações aos fatos que o público precisa saber;
    • Evitar retratar o suicídio como uma resposta aceitável às adversidades da vida;
    • Evitar títulos sensacionalistas;
    • Evitar gráficos e fotografias prejudiciais;
    • Evitar o uso de linguagem estigmatizante;
    • Não compartilhar o conteúdo de cartas suicidas;
    • Evitar citar a polícia ou as primeiras pessoas que presenciaram o ato;
    • Apresentar recursos sempre que possível, como o telefone de linhas de ajuda.

    Onde buscar ajuda

    Aqui em MS, o GAV, que é o Grupo Amor Vida presta apoio emocional na prevenção do suicídio. Ligue sempre que precisar. O telefone é 0800-750-5554. A ligação é de graça.

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