O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou o presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário de Oliveira, 78 anos, e mais 11 pessoas, inclusive quatro sobrinhos, pelo desvio de R$ 10 milhões. Eles foram denunciados pelos crimes de peculato, organização criminosa e até furto qualificado.
A denúncia com 253 páginas foi encaminhada à Justiça porque o grupo segue preso, 15 dias após a deflagração da Operação Cartão Vermelho. O dinheiro desviado da federação foi repassado pelo Governo do Estado, através da Fundesporte, e pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
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“Esse montante impressionante de dinheiro, apreendido em um único dia, revela ainda que o prejuízo causado à Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul é muito maior que o inicialmente apontado, ultrapassando com facilidade os R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais)”, informaram os promotores, sobre a estimativa inicial de que o montante desviado seria de R$ 6 milhões.
Ao cumprir o mandado de busca e apreensão, o MPE encontrou R$ 800 mil na casa do “imperador do futebol”. Cezário alegou que guardava em casa a economia obtida ao longo de uma vida de sete décadas. Com a prisão preventiva decretada pelo juiz Eduardo Eugênio Siravegna Júnior, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, o dirigente sofreu um princípio de infarto na noite desta quarta-feira e foi internado no Hospital da Cassems.
O Gaeco denunciou Cezário e os sobrinhos – Aparecido Alves Pereira, 63 anos, Francisco Carlos Pereira, 65, Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira, 40, Umberto Alves Pereira, 64 – o vice-presidente da federação, Marcos Antônio Tavares, o Marquinhos, 61, e seu filho, Marcos Paulo Abdalla Tavares, 33, Luiz Carlos de Oliveira, 66, o gerente de TI da FFMS, Edson Bogarin Barbosa, 41, e Jamiro Rodrigues de Oliveira, 79.
“Por fim, com fundamento no art. 387, IV, do CPP, requesta desde já, em atenção ao contraditório e à ampla defesa , seja fixado na sentença valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, no montante de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais), sendo R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) referentes aos prejuízos materiais sofridos pelo Estado de Mato Grosso do Sul e pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, corrigidos a contar da data do fato, como ainda R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) a título de danos morais coletivos”, pedem os promotores.