A passagem da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, por Campo Grande, foi marcada por proposta de construção de mais uma Casa da Mulher Brasileira no Estado, desta vez em Ponta Porã; debate sobre igualdade salarial entre trabalhadores; e apoio a candidaturas femininas nas eleições deste ano.
Em reunião com o governador Eduardo Riedel (PSDB), na quinta-feira (11), Cida propôs parceria entre governo federal e estadual para a implantação da Casa da Mulher na fronteira com o Paraguai, que contaria com investimento da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
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“A instalação deste equipamento é importante porque Ponta Porã está na divisa com o Paraguai. Mato Grosso do Sul já possui uma política consolidada sobre a questão do atendimento a mulheres em situação de fronteira. Isso ajuda a criar um debate e também ajuda o governo federal a pensar em uma política focada para as necessidades específicas desse tipo de região. E, ainda, estabelece uma parceria entre Paraguai e Brasil para enfrentar a violência de gênero”, declarou a ministra das Mulheres.
A Secretaria Estadual da Cidadania ficará responsável por acompanhar todo o processo até a entrega da obra.
Em janeiro deste ano foi firmada a cooperação técnica entre União e governo estadual para a implementação de unidades da Casa da Mulher Brasileira em Corumbá e Dourados, com investimentos de R$ 31 milhões.
Na sexta-feira (12), Cida Gonçalves debateu a igualdade salarial entre homens e mulheres, em audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande.
Embora a igualdade salarial esteja prevista na Constituição Federal e na Consolidação das Leis do Trabalho, a medida tem sido difundida e ganhado mais publicidade nos últimos anos, apesar da resistência do mercado.
A Lei 14.611, de 3 de julho de 2023, foi instituída para garantir igualdade salarial e critérios remuneratórios entre homens e mulheres, com regulamentação adicional pelo Decreto nº 11.795/2023, expedido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 23 de novembro de 2023. Este decreto exige que as empresas divulguem relatórios de transparência salarial em suas páginas na internet e redes sociais.
Em seu discurso, a ministra Cida Gonçalves destacou que é importante ter mulheres comprometidas com a causa nos espaços públicos.
“Não podemos esperar séculos para conseguirmos a igualdade salarial. A humanidade não vai aguentar. Mulheres ganham menos que os homens pelo mesmo trabalho, segundo as próprias empresas. A desigualdade tem gênero, e também tem a questão da raça”, disse Cida.
“Precisamos pensar ainda que a maioria das mulheres não está nos relatórios. Precisamos discutir não apenas a igualdade salarial, mas a igualdade entre homens e mulheres. É preciso trazer esse debate para a sociedade de uma forma forte e serena”, apontou a ministra.
No sábado (13), foi a vez de Cida Gonçalves participar de reunião com pré-candidatas nas eleições municipais deste ano, entre elas, Camila Jara (PT), postulante a prefeita da Capital.
“Nós precisamos, nestas eleições, refletir sobre candidatos e candidatas que tenham compromisso com as mulheres. Que pensem em política pública para as mulheres, que invistam no empoderamento, na questão da qualificação profissional e numa cidade segura para as mulheres”, discursou a ministra.
A deputada federal Camila Jara lembrou o período em que a Assembleia Legislativa de MS ficou sem representatividade feminina, sem nenhuma deputada eleita, e quando era a única vereadora da Capital.
“Nós precisamos eleger, mas primeiro, aumentar o número de [candidatas] mulheres. Isso faz parte do desafio que está colocado para todos os partidos em âmbito nacional”, pontuou Cida Gonçalves.