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    No Divã Em Paris – O mundo patronal não nutre compaixão

    Especial para O JacaréBy Especial para O Jacaré21/09/20244 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris – Os trabalhadores, aqueles que sujavam o macacão, as mãos de graxa, retornavam pra casa ver os filhos, comiam a boia requentada, depois retomavam o caminho das minas e fábricas, encheram de compaixão e inspiração dos pensadores.

    O mundo sindical, da reivindicação salarial e direitos que devolvem a dignidade, é como se fosse a porta de entrada enviando a luz da consciência na alegoria da caverna de Platão. Ainda hoje há aqueles que desprezam as ações sindicais e preferem viver como sabujo do patrão que finge ser quem não é.

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    Para existir é preciso o sacrifício do trabalho. Mas se formos além do que se chama dignidade trabalhista, atropelamos a ética do trabalho e matamos o bem-estar que o trabalho deve promover. Aí entra o problema existencial do trabalhador e a exploração vira a chave que tranca a caverna platonista.

    É preciso reverter o  quadro que é sempre favorável a quem ordena e escolhe os políticos que cheiram acordos contrários ao bem-estar dos trabalhadores. O patrão existe porque existe o peão. E se a classe que reivindica melhorias, melhores salários não existisse, o carro e o jato privado não se moveriam do lugar, a fazenda requintada não teria mais bois.

    Karl Marx dedicou milhares de páginas a falar sobre a exploração, a falta de humanismo por parte do patrão numa ganância desumana, mas cristã da boca pra fora. Emile Durkeim, há tempos, fez a divisão do trabalho em categorias, mas sem jamais imaginar a fome descabida dos injustos tubarões da categoria trabalhista.

    Na Ideologia Alemã, Marx critica os ratos. Os ratos roem, comem o que não lhes pertence, mijam no trigo, no pão, depois se escondem. Há patrões comparáveis aos ratos. Eles se unem numa classe “mandona” que se diz elite econômica, se fazem de investidores, mas ao final das contas são usurpadores do sossego de quem realmente trabalha. É a injustiça. Justiça não é caridade do rico para o pobre, ao operário, é um direito do cidadão que trabalha.

    A justiça, segundo Platão, é considerada a primeira qualidade da ordem política. Reivindicar e exigir justiça é direito e dever de todos. Isso não é se aliar à esquerda, nem ao comunismo. Os primeiros cristãos tinham tudo em comum, vendiam os bens e dividiam aos mais necessitados, mas esta parte é geralmente excluída nos ensinamentos de quem se considera da igreja.

    Proletário pode ser que sempre haja, mas se houver salário digno e tratamento adequado, haverá condições para sonhar com o filho no curso superior, melhor alimentação, com saúde, sem a necessidade de fazer fila na porta da cadeia pra visitar parentes.

    A burguesia navega nas costas dos proletários. Os atores podem até mudar de cena, mas a guerra do patrão conserva o mesmo caráter. Esmagar a existência social dos movimentos não convém porque a classe proletária encontra motivos de lutar, de sonhar pelo novo. É assim que se sobrevive às façanhas de quem tenta apagar a existência dos que vivem pela metade.

    A teoria da exploração marxista levanta o elemento da injustiça de quem detém o capital e forma a classe capitalista dos liberais. O capitalista compra a matéria prima, transforma esta matéria pelas mãos dos trabalhadores, depois revende no valor de mercado bem distante da força de trabalho. A paixão do mundo patronal é o lucro, a caridade deles vem das migalhas, dos tostões inexpressiveis, incapaz de mudança ou de matar a fome. A mudança vem somente das greves e organizações coletivas dos trabalhadores.     

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

    karl max MÁRIO PINHEIRO NO DIVÃ EM PARIS

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