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    Na Capital das obras abandonadas e paradas, nem projeto com dinheiro em caixa desencalha

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt02/10/20249 Mins Read
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    Obras abandonadas e desperdício do dinheiro público já fazem parte do cenário

    Campo Grande se transformou, literalmente, na Capital dos “elefantes branco” devido ao grande número de obras paradas, que já fazem parte da paisagem urbana. No cenário desolador e de abandono tem obra interminável, que desafio gestores e segue inconclusa há 30 anos, e até aquela encalhada apesar de uma fortuna liberada há mais de sete anos.

    Há pouco mais de dois anos no comando do município, a prefeita Adriane Lopes (PP) só festejou a retomada e conclusão de uma obra, a Escola Municipal de Educação Infantil do Jardim Inápolis, que ficou parada por 13 anos. A unidade vai atender 224 crianças.

    Desafios de Campo Grande:

    Desmatamento, falta de licença ambiental e incêndios, meio ambiente agoniza na Capital

    Salas quentes, cheias e sem recursos resumem a educação municipal de Campo Grande

    Apesar de “ajuda” de R$ 40 mi e tarifa cara, transporte coletivo segue um pesadelo na Capital

    Fila de 68 mil, espera de 12 anos, falta de leitos … doentes apelam a fé para sobreviver ao caos

    Desemprego, fome e sem casa, o drama de 46 mil famílias que vivem em 61 favelas na Capital

    Pelo menos outras sete escolas de educação infantil seguem inacabadas na Capital. Uma delas fica no Jardim Radialista, na saída para São Paulo. Além de inconclusa, a obra está totalmente abandonada e foi transformada em abrigo para moradores de rua, viciados em drogas e sem-teto.

    Escola de educação infantil no Jardim Radialista: parada há mais de 10 anos e totalmente depredada (Foto: Edivaldo Bitencourt)

    A prefeitura limita-se a realizar a limpeza do terreno. Nem a placa da obra existe mais. De acordo com vizinhos, o local seria para abrigar uma creche e poderia atender mais 250 crianças. O abandono é total, que quem passa pela rua, acha que é empreendimento particular.

    No Jardim das Nações, uma escola municipal com 10 salas de aula é outro exemplo de má gestão, incompetência e desperdício de dinheiro público. Dependentes químicos chegaram a saquear grades e janelas do prédio. De acordo com o bombeiro civil Alessandro Queiroz Coelho, 46 anos, a prefeitura já colocou três placas de retomada da obra, mas nem isso saiu do papel.

    Para Coelho, que reside em frente ao “elefante branco”, a escola inconclusa e abandonada aumenta a insegurança, porque serve de abrigo para moradores de rua, viciados em drogas e até marginais. Até a luz colocada pelo município para inibir a ação de vândalos já foi roubada do local.

    No Jardim das Nações, escola municipal segue inconclusa após três placas de retomada, uma década de abandono (Foto: Edivaldo Bitencourt)

    Adriane também não conseguiu retomar unidades básicas de saúde. Uma das unidades em construção foi abandonada no Jardim das Perdizes. A situação só não é pior porque moradores se unem para evitar que a degradação da obra afunde o bairro junto.

    O comerciante Éder Alves Ávalo, 32, conta que a obra começou na gestão de Nelsinho Trad (PSD), que deixou o cargo de prefeito em 2012 e, um lamentável exemplo de escárnio com o dinheiro público, continua inacabada após quatro prefeitos: Alcides Bernal (PP), Gilmar Olarte (sem partido), Marquinhos Trad (PDT) e Adriane Lopes.

    Ávalo contou que construiu a calçada na frente do esfoço de Unidade Básica de Saúde para evitar que o espaço na frente da sua conveniência se transformasse em um lixão. “Fiz a calçada na frente para não ter lixo”, comentou. A cerca da obra foi levada por criminosos.

    No Jardim das Perdizes, unidade básica de saúde está abandonada desde 2012 (Foto: Edivaldo Bitencourt)

    Dinheiro não resolve problema

    Nem o depósito de uma fortuna é capaz de mexer com os brios dos gestores públicos. Em 2017, o Ministério do Desenvolvimento Regional e a Caixa Econômica Federal depositaram cerca de R$ 150 milhões no caixa da prefeitura para a construção dos corredores do transporte coletivo. O repasse exato foi de R$ 149.238.727,28.

    Além do dinheiro, nem o clamor público nem a morte de um jovem sensibilizaram o poder público a concluir, por exemplo, o corredor das avenidas Marechal Deodoro e Gunter Hans, na saída para Sidrolândia. Quatro mini terminais inacabados causam transtornos, dobram o estresse de motoristas e pedestres e aumentam os riscos de acidentes, mas não sensibilizam a prefeita a concluir a obra.

    Com exceção dos corredores da Brilhante e Rui Barbosa, que foram concluídos, há situações surreais que só podem ser vistas em Campo Grande. O corredor da Avenida Bandeirantes foi totalmente sinalizado, horizontal e verticalmente.

    Corredor do transporte coletivo: R$ 150 milhões em caixa há sete anos faz obra andar na Capital (Foto: Edivaldo Bitencourt)

    Só que os pontos de ônibus no meio da rua não foram construídos. Temendo serem multados por agentes de trânsito, motoristas não usam a faixa. Só que os ônibus também não usam e o trânsito ficou ainda mais caótico na Avenida Bandeirantes com um “corredor de transporte coletivo fantasma”.

    A revitalização da Avenida Ernesto Geisel só não virou lenda porque Marquinhos Trad reduziu a obra para um terço, mas não conseguiu concluí-la. Agora, Adriane iniciou a obra para concluir apenas o trecho entre o Shopping Norte Sul e a Vila Jacy.

    No entanto, a obra não deverá acabar com a erosão entre a Rua do Aquário e a Avenida Manoel da Costa Lima. O investimento para concluir o projeto lançado em 2012 por Nelsinho vai exigir mais R$ 150 milhões e o município aguarda a liberação dos recursos do Novo PAC, lançado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Obra da Ernesto Geisel: erosão vai acabando com a avenida e a obra segue no papel após a Rua do Aquário (Foto: Edivaldo Bitencourt)

    Obra interminável

    O Centro de Belas Artes já virou lenda. Iniciada em 1994, pelo governador Pedro Pedrossian, para ser a nova rodoviária de Campo Grande, o espaço chegou a ser inaugurado há 30 anos. Após sucessivos fracassos, nas gestões dos governadores Zeca do PT e André Puccinelli (MDB), o local foi repassado para a prefeitura.

    A “maldição” persistiu e o novo espaço cultural de Campo Grande segue inacabado, deteriorado a cada dia e sem perspectivas de ser concluído. Construtoras abandonam a obra e os prefeitos, por incompetência ou por não darem valor ao dinheiro público desperdiçado no local, não conseguem nem ao menos retomá-la.

    O Centro de Belas Artes já teve recursos liberados pelo Ministério do Turismo, mas não é concluída. O prédio só será concluído com “milagre”. E o mais grave, a retomada vai exigir que a maior parte seja refeita. Se a sociedade não acordar, logo, logo, aparece um louco com a proposta de implodir o prédio inacabada e jogar, de vez, no lixo a fortuna investida na construção do prédio.

    A mais maldita das obras: Centro de Belas Artes começou em 1994 e nunca mais avançou, o dinheiro público jogado a juro no lixo (Foto: Edivaldo Bitencourt)

    A revitalização da antiga rodoviária é outro elefante branco que desafia os prefeitos da Capital. A obra recebeu R$ 16,5 milhões do Governo Federal para ser realizada entre julho de 2022 e junho de 2023. O prazo já acabou há mais de ano, mas a prefeitura ainda não concluiu nem metade do previsto. O ritmo é tão lento, tão lento, que desperta o temor se irá ser concluída nesta década.

    Prefeita esconde números e não divulga total de obras paradas

    Apesar de ser a prefeita de Campo Grande desde abril de 2022, Adriane Lopes preferiu esconder os números sobre o total de obras paradas na Capital. O Jacaré enviou o questionário sobre as obras paradas, mas não houve retorno.

    A prefeita não tem o hábito da transparência nem de discutir com a sociedade os problemas da cidade. Abaixo, os questionamentos enviados na última quarta-feira (25), que foram ignorados pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Infraestrutura e pela prefeita da Capital.

    Adriane faz segredo sobre as obras paradas na Capital (Foto: Arquivo)

    Confira o questionamento feito há sete dias e não respondido pela prefeita nem por sua equipe.

    “Bom dia

    quero informações sobre as obras paradas na Captial:

    • – Quantas obras estão paradas? Qual o montante?
    • – A obra do Centro Belas Artes, no Jardim Cabreúva. Há perspectiva de ser retomada? De onde virá o dinheiro?
    • Corredores do transporte coletivo. O Governo federal repassou R$ 120 milhões (segundo a Agetran). O dinheiro está parado ou foi devolvido? Qual a perspectiva da obra ser retomada?
    • Antiga rodoviária: quantos porcento já foram executados? Por que a obra não acaba nunca?
    • – quantas obras de escolas municipais de educação infantil estão paradas? Qual o valor necessário para serem concluídas?
    •  a escola do Parati ainda não foi concluída? Por que?
    • quantas obras de pavimentação estão paradas?
    • A obra do PAC Bálsamo, que previa a ligação do anel viário com o Jardim Botafogo, já foi concluída?
    • A obra de revitalização da Avenida Ernesto Geisel já teve investimento de quantos? A obra retomada vai concluir qual trecho?
    • A praça da Juventudade no Jardim Noroeste já foi concluída?
    • – Por que o porto seco não foi ativado até o momento? O que está faltando?

    Agradeço as informações e aguardo até sexta-feira (27)”

    A série Desafios de Campo Grande

    O Jacaré vem realizando uma série de reportagens para destacar os principais Desafios de Campo Grande para a próxima prefeita ou prefeito. Já abordamos o esvaziamento do centro, saúde, transporte coletivo, educação, habitação e favelas e meio ambiente.

    O tema de hoje foi as obras abandonadas. Amanhã, as propostas dos candidatos a prefeito para o problema.

    Propostas:

    Sai da Lona, zerar fila da moradia e 40 mil casas: propostas para acabar com favelas pela 2ª vez

    Merenda melhor para elevar QI e tecnologia de ponta, as propostas para a educação de CG

    Candidatos propõem ‘banir’ Consórcio Guaicurus, estatização e até “tarifa zero”

    A solução para o caos vai de mutirões, eficiência, fábrica de remédios a centros de diagnósticos

    Candidatos prometem “reinventar” e até brigar por “redução” de aluguéis no Centro da Capital

    Ao menos no papel, candidatos à prefeitura têm planos de sobra para “salvar” meio ambiente

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