Metade dos deputados da bancada federal de Mato Grosso do Sul assinou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende pôr fim à escala de trabalho 6×1. O assunto é um dos mais comentados nas redes sociais desde o último fim de semana, o que tem gerado pressão popular sobre os parlamentares contrários à proposta.
Os primeiros deputados federais sul-mato-grossenses a assinarem foram Camila Jara (PT) e Dagoberto Nogueira (PSDB). Nesta segunda-feira (11), Vander Loubet (PT) e Geraldo Resende (PSDB) também aderiram à proposição elaborada pelo “Movimento Vida Além do Trabalho”, apresentada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP).
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“Assinei a lista de apoiamento para que seja iniciada a tramitação da PEC que altera as regras trabalhistas 6×1. A proposta reduz a jornada de trabalho, algo que já é adotado no Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica. O Congresso Nacional precisa também debater essa questão”, publicou Resende, nesta tarde.
Assinei a lista de apoiamento para que seja iniciada a tramitação da PEC que altera as regras trabalhistas 6×1. A proposta reduz a jornada de trabalho, algo que já é adotado no Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica. O Congresso Nacional precisa também debater essa questão. pic.twitter.com/H9pNnc1JQj
— Geraldo Resende (@dep_geraldo) November 11, 2024
O texto da PEC prevê uma revisão na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para abolir a escala de trabalho 6×1, na qual um funcionário precisa trabalhar seis dias durante a semana para ter direito a um dia de folga.
O texto é criticado, principalmente, por partidos de direita. O PL, de Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, maior bancada da Câmara, com 92 parlamentares, se posicionou em bloco contra o fim da escala 6×1. Os demais deputados de MS, Beto Pereira (PSDB) e Dr. Luiz Ovando (PP), também não assinaram.
Para ser apresentada, a PEC precisa da assinatura de um terço dos parlamentares do Congresso. Na Câmara dos Deputados, o equivalente a 171 congressistas, e no Senado, a 27 senadores.
Nos últimos dias a discussão sobre a redução da jornada de trabalho tomou conta da internet e um abaixo-assinado realizado na web já conta com 1,3 milhão de assinaturas.
“A redução da jornada de trabalho vai melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. As pessoas precisam ter mais tempo para a família, o lazer, as atividades físicas… e isso, por consequência, vai melhorar a produtividade, afinal, trabalhador com vida melhor produz mais”, declarou Vander Loubet, nesta segunda-feira.
Camila Jara criticou os colegas de direita que rejeitam reduzir a jornada dos trabalhadores. “Ontem [6 de outubro], deputados do PL recusaram assinar a PEC contra a escala 6×1. O que eles querem é que você viva para trabalhar e trabalhe até morrer. A extrema direita mostrou, mais uma vez, a quem serve”, disparou a ex-candidata a prefeita de Campo Grande.
Ontem, deputados do PL recusaram assinar a PEC contra a escala 6×1.
— Camila Jara (@camilajarams) November 7, 2024
O que eles querem é que você viva para trabalhar e trabalhe até morrer.
A extrema direita mostrou, mais uma vez, a quem serve.