O vereador licenciado de Campo Grande, Claudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB), desistiu do pedido de habeas corpus para deixar de utilizar tornozeleira eletrônica. O recurso seria julgado pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (10). Com isso, o parlamentar pode completar 360 dias, quase um ano, sendo monitorado eletronicamente.
Réu pelo desvio milionário na Prefeitura Municipal de Sidrolândia, Claudinho usa tornozeleira eletrônica desde o final de abril deste ano, após cumprir prisão preventiva. Sua defesa sustentava o argumento de que o vereador cumpre todas as medidas cautelares e não vai comprometer o andamento da ação penal por organização criminosa, corrupção, fraude em licitação e corrupção.
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Na segunda-feira (9), o advogado Tiago Bunning Mendes protocolou pedido de antecipação de pauta no julgamento do processo para fazer sua sustentação oral, uma vez que possui viagem previamente agendada para a tarde de hoje. Nesta manhã, o defensor requereu a homologação da desistência do habeas corpus, o que foi providenciado pelo desembargador José Ale Ahmad Netto, relator do recurso.
Desta forma, o recurso foi extinto sem análise do mérito. A reportagem de O Jacaré entrou em contato com Tiago Mendes para esclarecimentos sobre a desistência do habeas corpus, mas não houve resposta até a publicação deste texto.
O desembargador José Ale Ahmad Netto já havia negado liminar para suspender o monitoramento eletrônico do vereador Claudinho Serra, em 21 de novembro, após o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, rejeitar extinguir o cumprimento da medida cautelar.
O parlamentar cumpriu o uso de tornozeleira eletrônica por 180 dias e Fernando Moreira Silva prorrogou a medida por mais seis meses. A defesa do parlamentar, então, recorreu ao Tribunal de Justiça.
Além do tucano, mais cinco réus pelo desvio milionário na Prefeitura Municipal de Sidrolândia tiveram o monitoramento eletrônico prorrogado por mais 180 dias. Apenas do advogado Milton Matheus Paiva Matos, que firmou acordo de colaboração premiada, o juiz aceitou revogar a cautelar.
Preso na Operação Tromper no dia 3 de abril deste ano, Claudinho é réu pelo desvio na Prefeitura de Sidrolândia, administrada pela sogra, Vanda Camilo (PP), e de comandar organização criminosa. Com o escândalo, a pepista não conseguiu se reeleger.