Os vereadores aprovaram, sob protestos e grito de “covardes”, o projeto de reforma administrativa da prefeita Adriane Lopes (PP), que mantém o mesmo número de 15 secretarias. No entanto, com apenas dois votos contrários, 25 vereadores deram aval ao fim da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) na era em que o mundo prioriza as ações para minimizar o impacto do aquecimento global.
Na contramão do mundo, que vem priorizando medidas de preservação do meio ambiente, os vereadores chancelaram a proposta de Adriane, que acaba com uma pasta específica da área e cria pastas com fins políticos, como a Casa Civil e Secretaria de Articulação Regional.
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A Câmara Municipal ignorou os problemas contemporâneos, que inclusive já afetaram o campo-grandense por meio da onda recorde de calor e da fumaça proveniente dos incêndios no Pantanal e na Amazônia.
A vereadora Luiza Ribeiro (PT) propôs emenda para preservar a Semadur. Ela alertou para as consequências gravíssimas da medida, que terá impacto no futuro na vida do campo-grandense. A cidade sofre com os alagamentos, inundações, assoreamento dos lagos e com os temporais.
Os vereadores ignoraram o alerta e rejeitaram as emendas. A proposta de Adriane Lopes foi aprovada por 25 vereadores. Ela apenas cedeu às pressões e criou as secretarias executivas da Cultura, Juventude e das Mulheres.
As competências da Semadur foram incorporadas à Sidagro, que mudou de denominação e passou a ser chamada de Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Meio Ambiente e Fiscalização Urbano.
André Luís mostrou a indignação e classificou a reforma da progressista como “sem pé nem cabeça”.
Apenas dois vereadores foram contra a proposta de Adriane Lopes:
- Luiza Ribeiro (PT)
- Professor André Luís (PRD).
Votaram contra a proposta 25 vereadores, que apenas chancelaram a proposta de Adriane. O curioso é que o argumento do presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), é de que a competência é do Poder Executivo.
Só que o legislativo existe para fiscalizar o executivo e custa uma fortuna aos cofres municipais. Se um vereador, eleito para representar o povo, não pode se opor as propostas da prefeita, a cidade está jogando dinheiro fora ao manter um parlamento que só serve para dizer sim e não luta para representar o povo.
E cada vereador custa quase R$ 20 mil por mês, só de salário.