Apesar de apenas dois reajustes ao funcionalismo público municipal nos últimos quatro anos, o salário da prefeita Adriane Lopes (PP) vai ter aumento de 96,76% a partir de fevereiro deste ano, passando dos atuais R$ 21,2 mil para R$ 41,8 mil. Os subsídios dos secretários municipais e da vice-prefeita, Camila Nascimento de Oliveira (PP), vão ter reajuste ainda maior, de até 206%.
O reajuste foi aprovado pela Câmara Municipal de Campo Grande no dia 28 de fevereiro de 2023. Na ocasião, os vereadores, com a finalidade de beneficiar a elite dos servidores municipais, que recebem o mesmo valor pago ao chefe do Poder Executivo, aprovaram duas leis. Uma com efeito imediato, que foi suspensa pela Justiça, e outra para entrar em vigor em fevereiro de 2025.
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Com o reajuste de 96,7%, o salário de Adriane vai saltar de R$ 21.263,62 – o 5º menor do País e que vigorou nos últimos dez anos – para R$ 41.845,62. Ela passará a ganhar o maior salário do País e receberá um valor superior ao pago ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), que recebe R$ 35.462,27.
Ex-presidente do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande, a vice-prefeita Camila vai ter reajuste de 136%, com o valor do subsídio saltando dos atuais R$ 15.947,03 para R$ 37.658.61 – também mais que o valor pago ao chefe do Poder Executivo.
Já os secretários municipais terão reajuste de 206%, com o vencimento passando de R$ 11.619,70 para R$ 35.657,50. Os diretores de autarquia, como Agetran, Agência de Regulação dos Serviços Públicos, Planurb, entre outras, vão passar a receber R$ 30.142,70.
O aumento ainda vai contemplar 408 servidores que ganham o valor do teto do funcionalismo e terão reajuste automático de 97%. No ano passado, os servidores não tiveram reajuste porque a prefeitura compromete com o pessoal valor acima do limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Além disso, Adriane deixou de pagar adicional de insalubridade aos profissionais da saúde e de periculosidade aos guardas municipais, apesar de decisões judiciais. No mês passado, ela cortou gratificações, adicionais de função e plano de trabalho, reduzindo em até 70% os salários de alguns funcionários comissionados.