Está preso na Penitenciária Estadual de Dourados Rafael da Silva Lemos, o “Gazela” ou “Patrão”, apontado como líder de uma organização criminosa do tráfico de drogas e armas que atuava em cinco estados e tem entre seus integrantes policiais militares, um servidor público municipal e três advogados.
O grupo foi alvo da Operação Last Chat, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em abril do ano passado. Rafael estava preso em Dourados, condenado a mais de 49 anos de prisão, e fugiu em dezembro de 2023, durante deslocamento para uma consulta médica, e estava foragido desde então.
Veja mais:
Operação mira policiais e advogados que ajudavam comando do tráfico de presídio em MS
Sintonia das Gravatas: juiz manda apurar por que advogado não está em prisão especial
Juiz nega de suspeição dos promotores do Gaeco em ações contra advogados ligados ao PCC
Conforme apurado por O Jacaré, o líder da organização criminosa foi detido e custodiado na Unidade Penal Ricardo Brandão, em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. No último dia 24 de janeiro, Rafael Lemos foi transferido para a Penitenciária Estadual de Dourados.
A Operação Last Chat cumpriu mandados em em Campo Grande, Ponta Porã, São Paulo (SP) e Fortaleza (CE). A ação foi desencadeada a partir da análise do aparelho celular apreendido da advogada Paula Tatiane Monezzi, presa durante a Operação Courrier, a quem o líder do grupo criminoso contatava por mensagens para a prática de obstrução de investigações, lavagem de dinheiro, corrupção, e outros crimes.
Simultaneamente ao tráfico de drogas, a organização criminosa atua no comércio ilegal de armas de grosso calibre, como fuzis e submetralhadoras, além de granadas, munições, acessórios e outros materiais bélicos de uso restrito, segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
Para lavar o dinheiro do tráfico, a quadrilha utiliza empresa fictícia, contas bancárias em nome de laranjas, compra de propriedades e veículos de luxo.
No decorrer dos trabalhos, foi possível identificar mais de 4 toneladas de maconha, mais de 3 mil comprimidos de ecstasy, centenas de munições e carregadores de fuzil de calibre 762 e pistolas calibre 9 milímetros, pertencentes à organização criminosa e apreendidos em ações policiais.
De acordo com levantamento realizado pelo Gaeco, as apreensões geraram um prejuízo ao crime organizado superior a R$ 9 milhões.