Após ter sido nomeado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Estevão Petrallás foi eleito presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (8). Além de conquistar o comando da FFMS até 2027, o ex-presidente do Operário garante um salário mensal de R$ 215 mil, pago pela entidade máxima do futebol nacional.
Petrallás disputou a presidência da FFMS com outros cinco candidatos, saindo vencedor com 48 votos de representantes de clubes e ligas esportivas do Estado. O novo mandatário substitui de forma definitiva Francisco Cesário de Oliveira, que reinou sobre o futebol de MS por 28 anos. A derrocada do ex-dirigente foi selada pela Operação Cartão Vermelho, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em 2023, que apontou desvio de R$ 10 milhões da federação.
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Concorreram no pleito André Baird, ex-presidente do Costa Rica; Cláudio Barbosa, presidente do Comercial; Marcos Araújo, presidente do Dourados; Paulo Telles, ex-presidente do Cene; e Toni Vieira, ex-presidente do Operário. O primeiro conquistou 39 votos e foi o mais próximo de Petrallás.
Ao todo, 51 filiados estavam aptos a votar, mas cada grupo de representantes tem voto com pesos diferentes. Clubes da Série A têm peso 3; os da Série B, peso 2; e os demais, peso 1. A votação foi realizada a portas fechadas, no Grand Park Hotel, em Campo Grande.
Os representantes do futebol amador garantiram a vitória de Estevão Petrallás, que deram 18 votos ao novo presidente definitivo, enquanto Baird ficou com 5. Na Série A, Baird teve 18 votos, e Petrallas 12; da Série B, Petrallas garantiu 18 votos e Baird 16.
De acordo com reportagem publicada na sexta-feira (4) pela revista Piauí, os salários dos 27 presidentes das federações estaduais passaram de R$ 50 mil e chegaram a R$ 215 mil nos últimos anos, uma valorização de 330%. O aumento ocorreu durante a gestão de Ednaldo Rodrigues como presidente da CBF, reeleito por aclamação, no último mês de março, com 100% dos votos do colégio eleitoral, entre federações e clubes das Séries A e B.
Segundo o ranking nacional de federações, a FFMS ocupa a penúltima posição, com o segundo pior desempenho do país. O acumulado anual do salário de Petrallás atinge R$ 2,5 milhões. Para efeito de comparação, o apoio do Governo do Estado ao campeonato estadual da Série A, neste ano, foi de R$ 1,2 milhão.
Após eleito, Estevão Petrallás disse que vai à CBF na próxima semana para se apresentar como presidente eleito da FFMS. “O compromisso está feito. A federação começa agora com legitimidade e de forma muito mais tranquila. Semana que vem, estarei na CBF para dizer que, de fato, estamos eleitos, legitimados e, o principal, comprometidos com todos os grupos, inclusive os que votaram contra. Não há por que haver descaminho. A construção é feita com tijolos, não com uma parede completa, e eu acho que agora veio a união”, declarou.