Em menos de um mês, a CPI do Consórcio Guaicurus na Câmara Municipal de Campo Grande recebeu 368 denúncias de usuários do transporte público da Capital. Entre as principais reclamações, estão a superlotação, atrasos, má conservação dos veículos e falta de ônibus.
Conforme a Ouvidoria da Comissão Parlamentar de Inquérito, as queixas da população apontam ônibus que frequentemente operam com capacidade excedida, dificultando o embarque e desembarque, especialmente nos horários de pico. O problema gera atrasos, desconforto extremo e riscos à segurança, pois passageiros ficam pendurados nas portas.
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Os ônibus também não cumprem os horários previstos, gerando atrasos recorrentes para passageiros, o que compromete a pontualidade no trabalho, escola e compromissos pessoais. Outro ponto é a frota sucateada, com problemas como goteiras, bancos soltos, janelas quebradas e elevadores para cadeirantes defeituosos.
A redução de linhas e frota insuficiente para atender à demanda é evidenciada em bairros como Caiobá e Zé Pereira, onde moradores relatam retirada de linhas essenciais. Há reclamações de longos intervalos entre os ônibus, aumento do tempo de espera e dificuldade de deslocamento.
A falta de fiscalização é outro problema apresentado pela Ouvidoria da CPI. Ausência de controle nos terminais e pontos de ônibus, com embarque de passageiros pela porta de desembarque, causando desorganização. Fiscais negligenciam reclamações e permanecem inativos.
A tarifa, de R$ 4,95, é considerada alta em relação à qualidade do serviço”precário” prestado. Outras denúncias dizem respeito a infraestrutura dos terminais deteriorada, com banheiros sujos, falta de cobertura nos pontos e ausência de bebedouros. Ônibus sem ar-condicionado, o que é especialmente problemático em dias quentes e chuvosos. Passageiros relatam calor insuportável e falta de ventilação.
Quanto às críticas ao modelo de consórcio, que limita a concorrência e incentiva a má qualidade, motoristas relatam pressão psicológica e excesso de carga horária; além de frota sucateada e superfaturamento em notas fiscais.
“As reclamações evidenciam um sistema de transporte público em crise, marcado por superlotação, atrasos, má conservação e descaso com os usuários. A população clama por medidas urgentes, incluindo renovação da frota, ampliação das linhas, fiscalização efetiva e maior transparência na gestão. A situação atual é vista como insustentável e prejudicial à qualidade de vida dos moradores de Campo Grande”, discorre a conclusão da Ouvidoria da CPI.