Servidor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS) perdeu cargo em comissão após desejar a morte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou por uma cirurgia delicada no intestino, no último domingo (13). Gabriel dos Santos Meireles era gerente da agência de Guia Lopes da Laguna e foi exonerado depois do comentário em uma rede social.
A pressão pela perda do cargo teve início na sessão de terça-feira (15) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O deputado Coronel David (PL) informou que havia solicitado ao secretário estadual de Governo, Rodrigo Pérez, a exoneração de Gabriel Meireles pelo comentário “Morra capitão”, em publicação sobre a cirurgia de Bolsonaro.
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“Esse servidor, de nome Gabriel Meireles, fez uma publicação extremamente ofensiva desejando a morte do presidente Jair Bolsonaro. Não é o tipo de comportamento que se espera de um servidor público”, declarou David.
O deputado bolsonarista ainda levantou que a nomeação no cargo de confiança do gerente do Detran foi resultado de articulação política de deputado federal do PT. “Esse tipo de atitude, além de desumana, é incompatível com o serviço público. Solicitei que a permanência desse servidor fosse reavaliada com urgência”, disse.
O resultado do pedido de David saiu na quarta-feira (16), quando foi publicado no Diário Oficial do Estado a exoneração de Gabriel Meireles do cargo em comissão. Como ele é servidor efetivo, só pode ser demitido do Detran após procedimento administrativo.
No mesmo dia, o deputado federal Vander Loubet (PT) saiu em defesa do servidor e disse que “faltou coerência e imparcialidade e sobrou seletividade por parte da atual gestão” do Governo do Estado.
“O comentário foi um erro, pois ninguém deve desejar a morte de outra pessoa. Caberia uma advertência. No entanto, até agora, não vimos nenhuma punição para aqueles que defenderam e ainda defendem a morte do presidente @LulaOficial nas redes sociais”, defendeu Vander.
O deputado estadual e ex-governador Zeca do PT também se manifestou e classificou como “triste” a decisão do governador Eduardo Riedel (PSDB) e que o desfecho da história era “absolutamente esperado”.
“Quando se articulou a morte do @lulaoficial e de outras autoridades no plano golpista elaborado e liderado pelo círculo mais próximo de Bolsonaro, nenhuma palavra do governador @eduardoriedel”, publicou Zeca em suas redes sociais.
“Quando muitos neste estado, funcionários públicos ou não, aplaudiram e/ou comemoraram a morte dos familiares de Lula (esposa, neto, irmão), nenhuma palavra do governador. É muito triste ver e sentir isso tudo”, concluiu o petista.
A relação de apoio de parlamentares do PT ao governo Riedel tem sido marcada por atritos. A mais recente havia acontecido depois da declaração do governador a favor da anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, que incluiu invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes em Brasília (DF).
Apesar da relação conturbada, os líderes petistas não abrem mão de sua participação e indicações na gestão de Eduardo Riedel.