Depois de exonerar os comissionados e prometer corte de gastos com pessoal, a prefeita Adriane Lopes (PP) manteve os cargos dos pastores da Assembleia de Deus Missões, a qual a mandatária frequenta, na Prefeitura de Campo Grande. O holerite do mês de fevereiro mostra que nomes que eram da cúpula da igreja evangélica seguem na folha de pagamento da administração municipal. O maior salário é de R$ 12.118,68.
Primeiro vice-presidente da Assembleia de Deus Missões, o pastor Hemerson Ortiz da Mota recebeu R$ 4.403,97. O ministro do evangelho é coordenador do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) Alair Barbosa Rezende, no Bairro Moreninha II.
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“Co-pastor” na direção da igreja, Marcos Ferreira Chaves de Castro tem salário de R$ 9.258,48 e cargo de superintendente de gestão administrativa da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania.
Primeiro membro da comissão de exames de contas da Assembleia de Deus Missões e líder da subsede do templo no Guanandi, Jorge Luís Franco também recebe da prefeitura. No mês de fevereiro, foram dois holerites em seu nome, com a mesma matrícula e CPF (Cadastro de Pessoa Física).
O primeiro pagamento mostra remuneração de R$ 8.883,72 por cargo de direção na Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários. O segundo contracheque foi de R$ 3.893,78 (após as deduções obrigatórias) por ser coordenador de Cras, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania.
Curiosamente, o pastor aparece no Diogrande de 5 de fevereiro como exonerado da prefeitura. Mas reaparece em 25 de fevereiro com autorização para conduzir veículos oficiais da agência de habitação. Porém, não foi localizada a nomeação.
Jorge foi candidato a vereador em Campo Grande pelo Avante, declarou patrimônio de R$ 1 milhão e ficou como suplente.
Segundo membro da comissão de exame de contas da Assembleia de Deus Missões, o pastor Julinei Herão Ferreira lidera subsede da igreja no Santo Eugênio e também marca presença como comissionado da prefeitura. Ele recebe R$ 6.459,59 para ser gestor de projetos na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
A lista de pastores da igreja de Adriane Lopes, nomeados na Prefeitura de Campo Grande, ainda tem Moacir Frank da Costa, do conselho administrativo da igreja. O salário dele é R$ 6.134,50 como gestor de processos na Sesau.
Ministro do evangelho da Assembleia de Deus Missões, Jusley Gonçalves Lopes também exerce cargo comissionado e tem remuneração de R$ 3.604,50 como gestor de processos da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania.
Os “ungidos”
O grupo de pastores nomeados na prefeitura na gestão de Adriane Lopes ainda é composto por Enoque Camposano, Emerson Irala de Souza, Jadir Cabral, Ciro Vieira Ferreira, Fausto Azevedo Tlaes e Emerson Marques do Amaral.
Enoque tem salário de R$ 6.551,64 e cargo de assessor chefe na Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Emerson Irala recebeu pagamento de R$ 12.118,68 na função de assessor executivo na Secretaria Municipal de Educação.
Lotado na secretaria especial da Casa Civil, Jadir Cabral tem remuneração de R$ 9.567,09 no cargo de assessor executivo.
Ciro recebe R$ 12.118,68 como assessor executivo na Agência Municipal de Transporte e Trânsito. Fausto, que é assessor executivo na Secretaria Municipal de Administração e Inovação, tem salário de R$ 9.567,09
Terceiro membro da comissão de exame de contas da igreja evangélica, Emerson Marques do Amaral foi nomeado em 5 de abril de 2024 na agência de habitação exonerado pouco depois em 18 de abril.