No retorno aos trabalhos após o feriadão de Páscoa e Tiradentes, a Câmara Municipal de Campo Grande votou uma moção de repúdio contra o ex-governador e atual deputado estadual Zeca do PT. O petista chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “anticristo” ao comentar sobre sua recuperação da cirurgia no intestino, durante sessão na Assembleia Legislativa na semana passada.
Zeca também duvidou da veracidade sobre a facada que Bolsonaro levou na campanha a presidente da República em 2018. “É incrédulo que um homem que abriu o abdômen doze horas atrás e já esteja caminhando no hospital. Tenho todo direito de colocar em dúvida. Nunca vi, é um fenômeno, é o anticristo?”, ironizou o ex-governador na terça-feira, 15 de abril. “Sofreu a tal da facada e não teve uma gota de sangue, eu tenho todo direito de duvidar dessas coisas”, concluiu.
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O vídeo da declaração do petista viralizou nas redes sociais nos últimos dias, com uma enxurrada de críticas de bolsonaristas.
Diante da repercussão, o vereador André Salineiro (PL) apresentou, nesta terça-feira (22), uma moção de repúdio contra Zeca do PT pelos ataques a Bolsonaro. O documento foi aprovado com 12 votos a favor e 3 contrários. Os únicos contra foram os parlamentares petistas Jean Ferreira, Landmark Rios e Luiza Ribeiro.
“Ele é muito cuidadoso com suas falas, a gente percebe a qualidade do trabalho do deputado Zeca do PT. Vamos apreciar, mas não é para fazermos voto de repúdio aqui para a pessoa que tanto contribui com a política”, defendeu Luiza.
O ex-presidente da Câmara, vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), e o colega Dr. Lívio (União Brasil) lembraram que Jair Bolsonaro desejou a morte da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), torturada pela ditadura. No entanto, ambos votaram a favor da moção.
O vereador Maicon Nogueira (PP) fez questão de criticar a discussão sobre questões ideológicas em detrimento aos problemas que a população de Campo Grande enfrenta todos os dias.
Votaram a favor da moção de repúdio os vereadores André Salineiro e Rafael Tavares, do PL; Beto Avelar e Professor Riverton, do PP; Fábio Rocha e Veterinário Francisco (União Brasil), Herculano Borges (Republicanos), Marquinhos Trad (PDT), Professor Juari (PSDB), Wilson Lands (Avante), além de Carlão e Lívio.