
A ministra do Orçamento e Planejamento, Simone Tebet (MDB), faz parte do grupo de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que possuem cargo de conselheiro de estatais ou de empresas privadas das quais a União é acionista. A prática garante renda extra a 15 ministros, cujas remunerações podem chegar a R$ 80 mil por mês com os adicionais.
Conforme levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, o benefício também alcança secretários-executivos, chefes de gabinete, assessores do Palácio do Planalto, servidores comissionados, dirigentes do PT, ex-parlamentares do partido e até apadrinhados do Congresso. Esses cargos rendem remunerações apenas pela participação em reuniões dos colegiados, realizadas periodicamente em intervalos que variam de acordo com normas de cada organização.
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Simone foi nomeada como conselheira fiscal da Elo Serviços S.A., onde a Caixa Econômica Federal detém 33,335% da participação societária da empresa. A sócia majoritária é a EloPar, holding brasileira resultado da parceria entre o Banco do Brasil e o Bradesco, com 66,665% da participação.
Como ministra do governo Lula, Tebet tem salário bruto de R$ 46.366,19, mais remunerações eventuais de R$ 11.591,55. Após os descontos, o valor líquido é de R$ 45.425,85, conforme o Portal da Transparência. Os vencimentos como conselheira não são informados.
O Planalto justifica que as nomeações seguem exigências da Lei das Estatais e passam por avaliação dos comitês de elegibilidade das empresas que verificam a conformidade dos processos de indicação.
A situação no Ministério do Orçamento e Planejamento seguem conturbadas. Dentre os seis auxiliares de “alto escalão” nomeados por Simone Tebet, no início do governo, apenas um permanece no cargo dois anos e quatro meses mais tarde: o secretário-executivo, espécie de número 2 da pasta, Gustavo Guimarães.
Todos os demais secretários: Sérgio Firpo (Monitoramento e Avaliação), Renata Amaral (Assuntos Internacionais), Leany Lemos (Planejamento), Paulo Bijos (Orçamento) e Totó Parente (Relações Institucionais) já deixaram seus postos. A saída mais recente foi a de Firpo, confirmada na quarta-feira (29).