O consórcio K&G Rotas da Celulose, formado pela operadora de infraestrutura K-infra e pela corretora Galapagos, venceu o leilão pela concessão da Rota da Celulose nesta quinta-feira (8). O arremate foi feito com desconto de 9% sobre a tarifa-teto de pedágio, durante certame realizado na sede da B3, em São Paulo. Também apresentaram ofertas os fundos de investimentos BTG e XP e um consórcio formado por Kinea e Way.
O grupo vai administrar pelos próximos 30 anos os 870 quilômetros de trechos que abrangem as rodovias federais BR-262 e BR-267, além das estaduais MS-040, MS-338 e MS-395. A sessão ficou marcada por um leilão concorrido, com quatro propostas pelo pacote de rodovias.
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A concessão foi definida pelo critério de maior desconto tarifário. K-infra e Galapagos venceram oferecendo desconto de 9% sobre a tarifa do pedágio, que havia sido definido em 19 centavos por quilômetro em rodovia simples e 26 centavos em trechos duplicados, e um aporte financeiro de um aporte financeiro de R$ 217.389.913,70.
Também apresentaram ofertas as empresas Rotas do Brasil S.A., com 5% de desconto na tarifa e aporte de R$ 137.206.420,91; o Consórcio Caminhos da Celulose (XP), com 8% de desconto e aporte de R$ 195.619.568,80; e o BTG Pactual, com 4% de desconto e aporte de R$ 118.827.772,70.
Entre os concorrentes, o consórcio Way/Kinea se destaca por já operar a Way-306 no Estado e, recentemente, ter conquistado a concessão da Rota do Zebu, em Minas Gerais. A XP e o BTG são participantes ativos no setor, tendo disputado licitações como a Rota Verde (GO), Rota dos Cristais (MG-GO), entre outras. Já a K-Infra, embora enfrente dificuldades na Rodovia do Aço (RJ), permanece ativa no mercado, tendo disputado recentemente lotes no Mato Grosso.
A concessão prevê R$ 10,1 bilhões em investimentos para modernizar a infraestrutura das estradas, relevantes para o escoamento da produção no Centro-Oeste.
O Governo do Estado e o Governo Federal tentaram leiloar a Rota da Celulose em dezembro do ano passado, mas o ativo não teve interessados, ou seja, “deu vazio”, como se diz em concorrências.
A fim de superar o “vazio” e tornar o ativo mais atrativo ao mercado, foram estabelecidas uma série de mudanças na modelagem. Houve, por exemplo, ajuste no cronograma de operação, ampliando os prazos para a conclusão das obras essenciais, que agora deverão ser finalizadas entre o 6º e o 8º ano do contrato.
Além disso, a construção do contorno do município de Três Lagoas ficou sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Após a conclusão das obras, prevista para o 4º ano do contrato, o trecho será incorporado à concessão.
O projeto inclui 12 pórticos de pedágio distribuídos entre os municípios de Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Novo Alvorada do Sul.
Entre as principais melhorias previstas no contrato estão 115 km em duplicações de rodovias; 457 km em acostamentos; 245 km em terceiras faixas; 12 km em vias marginais; 38 km de contornos; urbanos, 25 acessos; 22 passagens de fauna; e 20 alargamentos de pontes.
Conforme o ministro dos Transportes, Renan Filho, esta é a primeira vez que o fundo de investimentos imobiliários Galápagos participou de uma licitação para administrar rodovias no País. A K-infra, por sua vez, opera a Rodovia do Aço, concessão que soma 200,4 quilômetros de extensão da BR-393 (Rodovia Lúcio Meira), da divisa entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro ao entroncamento com a BR-116 (Via Dutra), em Volta Redonda, na região Sul Fluminense.