O diretório do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul divulgou uma nota de esclarecimento para descartar o envolvimento de diretores da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) filiados ao PT em esquema de grilagem de terras da União no Pantanal sul‑mato‑grossense. A pasta foi alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (8).
Assim que houve a divulgação da deflagração da Operação Pantanal Terra Nullius, o vereador de Campo Grande Rafael Tavares (PL) publicou em suas redes sociais que a Agraer é comandada por integrantes do PT. Servidores da agência são investigados por integrar a organização criminosa composta por empresários e fazendeiros, que falsificavam processos administrativos para emissão e comercialização de Cotas de Reserva Ambiental (CRA) – ou Títulos de Cota de Reserva Ambiental Estadual (TCRAE).
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Eles falsificavam documentos e os inseriam em processos administrativos de titulação para obterem áreas situadas dentro do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, localizado na faixa de fronteira.
Nas buscas foram apreendidos carros de luxo, relógios e R$600 mil em espécie. A Justiça também determinou o sequestro de bens e bloqueios que superam R$3 milhões.
De acordo com o portal g1, são alvos da operação Mário Maurício Vasques Beltrão, Bruna Feitosa Beltrão Novaes, Gustavo Feitosa Beltrão, sócios da empresa Toposat Engenharia Ltda; Nelson Luis Moia, também ligado à Toposat; Elizabeth Peron Coelho, empresária e pecuarista.
Além de André Nogueira Borges, ex-diretor-presidente da Agraer; Evandro Efigênio Rodrigues, funcionário da Agraer; Jadir Bocato, gerente de Regularização Fundiária da Agraer; e Josué Ferreira Caetano, funcionário da Agraer.
O diretório regional do PT, em nota de esclarecimento, diz ter sido divulgado pela imprensa de “maneira capciosa” o envolvimento de dirigentes da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural ligados ao partido. No entanto, Washigton Williman de Souza (diretor-presidente) e Marcos Roberto Carvalho de Melo, o Betão (diretor-executivo) não foram alvos da operação.
“O mandado de busca e apreensão foi executado nas dependências do órgão com acompanhamento e total cooperação por parte dos Dirigentes”, informou o PT. “Quatro servidores da Agraer, sem nenhuma relação com o partido estão na lista de investigados”.
“Restabelecer a verdade e combater as FakeNews, são premissas de nosso partido, fortalecer a Democracia e a liberdade da imprensa, as devidas providências legais serão tomadas, pois a exposição de nossos quadros não passara impune para aqueles que preferem as mentiras e mancham a honra das pessoas sem o menor pudor”, encerra a note.
Também em nota, o Governo do Estado disse que acompanha o caso.
“O governo de Mato Grosso do Sul acompanha e colabora com a Polícia Federal no âmbito da operação ‘Pantanal Terra Nullius’, e tomará as medidas cabíveis necessárias tão logo tenha acesso aos autos da investigação. O governo reafirma seu compromisso com a transparência e lisura em todos em quaisquer atos públicos”.