Auditoria realizada pela Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) constatou que o Consórcio Guaicurus faturou R$ 1,968 bilhão entre 2012 e 2024. Apesar da receita ter se recuperada da pandemia, ter registrado crescimento de 6,38% e da subvenção de R$ 36 milhões, o grupo fechou com prejuízo de R$ 2,458 milhões no ano passado.
A auditoria foi encaminhada pela prefeitura à CPI do Consórcio Guaicurus após o presidente da Agereg, José Mário Nunes da Silva, ter se recusado a entregar o relatório na última segunda-feira (5). Na ocasião, o presidente da comissão, vereador Lívio Leite, o Dr. Lívio (União Brasil), deu 24 horas para encaminhar a auditoria concluída no mês passado.
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Desde o início da concessão, em outubro de 2012, o grupo formado pelas empresas Cidade Morena, Campo Grande, Jaguar e São Francisco, faturou R$ 1.968 bilhão, enquanto os custos com a manutenção do transporte coletivo de Campo Grande ficou em R$ 1,458 bilhão no mesmo período.
O grupo teve lucro em oito dos 12 anos da atual concessão. Até a pandemia da covid-19, quando a prefeitura se viu obrigada a suspender os ônibus urbanos para evitar a propagação do vírus, as empresas tiveram lucro acumulado de R$ 68,753 milhões.
Em decorrência do coronavírus, houve prejuízo nos anos de 2020 (R$ 15,9 milhões) e 2021 (R$ 12,8 milhões). Em 2022, com a recuperação da receita, o consórcio voltou a fechar as contas no azul com R$ 638,2 mil de superávit.
Consórcio teve lucro em oito dos 12 anos
Ano | Resultado do exercício em R$ |
2012 | 5.206.278,65 |
2013 | 11.280.299,59 |
2014 | 8.732.593,47 |
2015 | 11.159.666,38 |
2016 | 11.960.853,70 |
2017 | 6.999.977,00 |
2018 | 3.770.562,00 |
2019 | 9.642.877,03 |
2020 | -15.975.689,37 |
2021 | -12.847.530,81 |
2022 | 638.214,34 |
2023 | –3.166.197,76 |
2024 | -2.458.182,54 |
Apesar do socorro financeiro do poder público, com isenção de tributos e subsídio, o Consórcio Guaicurus voltou a ter prejuízo em 2023 (R$ 3,166 milhões) e 2024 (R$ 2,458 milhões).
Só que não houve queda na receita bruta. Entre 2023 e 2024, o faturamento bruto do grupo teve aumento de 6,38%, passando de R$ 158,5 milhões para R$ 168,6 milhões. Houve ainda subsídio de R$ 36 milhões do poder público no ano passado. Em 2023 foram R$ 25,1 milhões.
Em relação a 2012, a receita teve aumento de 21,8%, de R$ 138,3 milhões para R$ 168,6 milhões. A situação mais crítica foi na pandemia, quando houve redução drástica na receita para R$ 93,9 milhões em 2020 e R$ 104 milhões, em 2021. No ano passado, houve aumento de 79% em relação a 2020. De acordo com a auditoria, a ajuda do poder público já supera R$ 89 milhões.
A auditoria vai subsidiar os trabalhos da CPI do Consórcio Guaicurus. A CPI é presidida por Dr. Lívio e tem a vereadora Ana Portela (PL)) como relatora.