A vereadora Luiza Ribeiro (PT) saiu em defesa do seu partido diante do que chamou de “fake news” compartilhada por um colega da Câmara Municipal de Campo Grande. O vereador Rafael Tavares (PL) sugeriu o envolvimento de diretores da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) filiados ao Partido dos Trabalhadores em esquema de grilagem de terras da União no Pantanal sul‑mato‑grossense.
Ao “restabelecer a verdade”, nesta sexta-feira (9), a petista aproveitou para alfinetar o parlamentar bolsonarista e compartilhou a informação de que um dos sócios de Elizabeth Peron Coelho, empresária e pecuarista alvo da Operação Pantanal Terra Nullius, da Polícia Federal, doou para a campanha de Tavares a deputado estadual em 2022.
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Luiza Ribeiro destacou que, por outro lado, não há investigação contra os dirigentes da Agraer ligados ao PT, Washigton Williman de Souza (diretor-presidente) e Marcos Roberto Carvalho de Melo, o Betão (diretor-executivo).
“A operação feita ontem pela PF em MS, denominada “Terra Nullius” a qual busca participação em esquema de grilagem de terras publicas da União no Pantanal, NÃO TEM COMO ALVO NENHUM FILIADO DO PT, muito menos se dirigiu aos Diretores da AGRAER representantes do PT”, afirmou a vereadora.
“Há, entre os investigados, servidores da Agraer, mas nenhum está em cargo de direção ou assessoramento da gestão liderada pelo PT”, informou Luiza. “O mandado de busca e apreensão foi executado nas dependências do órgão com acompanhamento e total cooperação por parte dos Dirigentes que são PT, auxiliando a Justiça!”.
Além do texto, Luiza Ribeiro compartilhou uma nota do site Campo Grande News sobre a doação que a campanha de Rafael Tavares recebeu em 2022.
“O vereador Rafael Tavares (PL) não perdeu tempo e, ao saber da operação da PF nesta quinta-feira (7), mirou o PT em suas críticas — partido que indicou os atuais dirigentes da Agraer. O detalhe que ele deixou passar é que um dos sócios de Elizabeth Peron Coelho, fazendeira sob suspeita na investigação, é Emory Peron Coelho Razuk, que doou para campanha de Tavares em 2022. A memória seletiva parece ter falado mais alto que o zelo pela coerência”, relata a nota em uma coluna do site.
Esquema de grilagem de terras no Pantanal
Servidores da Agraer são investigados por integrar a organização criminosa composta por empresários e fazendeiros, que falsificavam processos administrativos para emissão e comercialização de Cotas de Reserva Ambiental (CRA) – ou Títulos de Cota de Reserva Ambiental Estadual (TCRAE).
Eles falsificavam documentos e os inseriam em processos administrativos de titulação para obterem áreas situadas dentro do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, localizado na faixa de fronteira.
Nas buscas foram apreendidos carros de luxo, relógios e R$600 mil em espécie. A Justiça também determinou o sequestro de bens e bloqueios que superam R$3 milhões.
De acordo com o portal g1, foram alvos da operação Mário Maurício Vasques Beltrão, Bruna Feitosa Beltrão Novaes, Gustavo Feitosa Beltrão, sócios da empresa Toposat Engenharia Ltda; Nelson Luis Moia, também ligado à Toposat; Elizabeth Peron Coelho, empresária e pecuarista.
Além de André Nogueira Borges, ex-diretor-presidente da Agraer; Evandro Efigênio Rodrigues, funcionário da Agraer; Jadir Bocato, gerente de Regularização Fundiária da Agraer; e Josué Ferreira Caetano, funcionário da Agraer.
Também em nota, o Governo do Estado disse que acompanha o caso.
“O governo de Mato Grosso do Sul acompanha e colabora com a Polícia Federal no âmbito da operação ‘Pantanal Terra Nullius’, e tomará as medidas cabíveis necessárias tão logo tenha acesso aos autos da investigação. O governo reafirma seu compromisso com a transparência e lisura em todos em quaisquer atos públicos”, esclarece a nota.