A advogada Adélia de Jesus Soares será conduzida coercitivamente para prestar depoimento à CPI das Bets do Senado. Advogada de defesa da influenciadora digital Deolane Bezerra, ela é sócia de Daniel Pardim Tavares Lima, preso sob acusação de falso testemunho durante depoimento à comissão no dia 29 do mês passado.
A prisão de Lima e a condução coercitiva de Adélia foram determinadas pela relatora da CPI, a senadora Soraya Thronicke (Podemos). A advogada foi convocada para depor no dia 29 de abril, mas não compareceu. A condução foi autorizada pela Justiça Federal de São Paulo, a pedido da comissão, que investiga crimes relacionados a casas de apostas on-line ilegais.
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Adélia é sócia da empresa Payflow Processadora de Pagamentos LTDA e, segundo requerimento de Soraya Thronicke, ela foi indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal pelos crimes de falsidade ideológica e associação criminosa. As investigações apontam que a advogada teria colaborado com uma organização estrangeira para estruturar e operar ilegalmente jogos de azar no Brasil, utilizando a empresa Playflow como fachada.
De acordo com a CPI, a Playflow teria sido usada para realizar movimentações financeiras suspeitas, com fortes indícios de lavagem de dinheiro e transações irregulares em desacordo com as normas do Banco Central. As operações envolveriam documentos falsos e mecanismos fraudulentos. A empresa também estaria ligada a uma companhia registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, o que sugere a internacionalização das atividades ilícitas.
A prisão de Daniel Lima foi solicitada pela senadora Soraya Thronicke após ele afirmar que não conhecia Adélia, apesar de ambos serem sócios na empresa Payflow – Daniel por meio da sua empresa: a Peach Blossom River Technology.
A Payflow atua no setor de pagamentos digitais e presta serviços a sites de apostas on-line, e está sob investigação da Polícia Civil do DF por suspeita de lavagem de dinheiro e transferências financeiras ilegais.