O deputado estadual João Henrique Catan (PL) entrou na onda bolsonarista e apresentou projeto de lei para proibir o atendimento às bonecas reborn no SUS (Sistema Único de Saúde). Em meio ao colapso da saúde na Capital, onde pacientes correm risco de morte por causa de falta de insumos, a prioridade do parlamentar é o caso dos bonecos hiper-realistas.
Além do atendimento em unidades de saúde, João Henrique proíbe a utilização das bonecas reborn para ganhar prioridade em vagas de estacionamento, nas filas preferenciais, atendimentos prioritários, entre outros. A multa será de dez vezes o valor do serviço reivindicado.
Veja mais:
Colapso na saúde da Capital não poupa nem crianças e MPE apura duas mortes na fila por UTI
Após aumentos de salários, Santa Casa segue sem insumos e volta a suspender emergência
Além de não pagar R$ 46 mi, Adriane boicota reunião com ministério para discutir Santa Casa
Além de projetos semelhantes em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, bolsonaristas também apresentaram propostas na Câmara dos Deputados. A deputada Rosângela Moro (União Brasil), de São Paulo, quer encaminhar as “mães” das bonecas para tratamento psiquiátrico gratuito no SUS.
O deputado Zacharias Galil (União Brasil), de Goiás, quer proibir a utilização dos bonecos hiper-realistas para obter preferencial nas filas de bancos, lotéricas, entre outros. Já o Delegado Paulo Bilynskyj (PL), de São Paulo, quer proibir a simulação de partos e atendimentos das bonecas reborns em lojas especialistas e o atendimento médico na rede pública e privada.
Um deputado indignado
João Henrique quer proibir “terminantemente, a utilização dos serviços públicos estaduais essenciais aos cidadãos por ou para atender objetos inanimados como bonecas do tipo ‘reborn’ e afins em todo o Estado de MS”
“É inaceitável que o sistema público de saúde, que já enfrenta filas imensas e recursos escassos, seja procurado para prestar atendimento a uma boneca reborn ou sua similar. O SUS existe para atender vidas humanas, e episódios assim revelam o quanto precisamos reforçar critérios, capacitação e, sobretudo, acolhimento adequado para casos de saúde mental. Mas não pomos permitir que o absurdo se torne rotina”, justificou-se o deputado.
“Não podemos permitir que atitudes incompatíveis com a racionalidade do serviço público comprometam ainda mais quem realmente precisa dele, os seres humanos, é claro”, frisou.